A geração de resíduos é um dos principais problemas ambientais em todo o mundo, sobretudo no que diz respeito à poluição marinha. Para conscientizar a população sobre a importância do tema e alertar quanto às ações que podem ser adotadas para reduzir os danos dos resíduos sólidos ao meio ambiental, nesta quinta-feira (20), é celebrado o Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias. No Ministério do Meio Ambiente, a Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, por meio da Gerência de Zoneamento Costeiro, atua com ações e projetos de incentivo à sustentabilidade costeira.
Uma dessas iniciativas é o Projeto Orla, que vem fomentando a discussão do gerenciamento costeiro e promoção do uso sustentável de recursos naturais, o que inclui a limpeza a conservação de oceanos. Além de cursos de capacitação de técnico e multiplicadores, o Projeto Orla busca promover o ordenamento dos espaços litorâneos sob o domínio da União, aproximando as políticas ambientais com governo e sociedade. “Entre os objetivos do projeto estão o fortalecimento da capacidade de atuação e articulação de diferentes atores do setor público e privado na gestão integrada da orla”, aponta a coordenadora de Gerenciamento Costeiro do MMA, Leila Swerts.
Para ela, em geral, os resíduos sólidos são problemas comuns a todos os municípios costeiros. O Brasil possui aproximadamente 400 municípios costeiros e atualmente 80 deles aderiram, em alguma fase, ao Projeto Orla. “A expectativa é que novos municípios sejam alcançados para implantação do projeto, o que garantirá um espaço costeiro mais limpo e sustentável”, disse.
Problema de todos – Uma das principais consequências dos modelos e padrões de produção e consumo adotados pela sociedade atual é a geração de resíduos. Conforme a coordenadora de Zoneamento Costeiro, considerando que se vive a “era dos plásticos”, um material relativamente barato e de grande durabilidade, e que grande quantidade desse material acaba chegando, de uma forma ou de outra em ambientes marinhos e costeiros, atualmente se enfrenta um grande problema que diz respeito a toda a sociedade.
Ela explica que lixo marinho é qualquer tipo de resíduo sólido de origem antropogênica gerado em terra ou no mar que, intencionalmente ou não, tenha sido introduzido no ambiente marinho, incluindo o transporte destes materiais por meio de rios, sistema de drenagens e esgoto, ou vento. “E, ao contrário do que muitos pensam, a maior parte do lixo marinho tem origem no continente, ao atingir os ecossistemas marinhos e costeiros, estes resíduos geram danos significativos aos seres vivos”, salientou.
Dessa forma, torna-se comum a ingestão dos resíduos por aves, tartarugas marinhas, peixes e mamíferos marinhos e danos diretos em ecossistemas naturais, como os recifes de corais. “Também vem sendo estudada a capacidade de adsorção de poluentes persistentes por plásticos, que acabam sendo ingeridos por animais ao logo da cadeia alimentar, podendo chegar até os seres humanos”, acrescenta a coordenadora.
Mobilização mundial – O Dia Mundial de Limpeza de Rios e Praias ou Clean Up The World, é comemorado em diversos países no terceiro final de semana de setembro. Coordenado mundialmente desde 1986 pela organização não-governamental (ONG) americana The Ocean Conservancy, a data é celebrada voluntariamente por governo, associações, empresas e demais voluntários.
No Brasil, várias cidades como Rio de Janeiro, Cabo Frio (RJ) Brasília (DF), Aracaju, Recife, Porto Seguro (BA), Salvador e Florianópolis aderiram à 10ª Campanha de Limpeza de Praias, coordenada pelo Instituto Ecológico Aqualung. Milhares de voluntários por todo o país participam de um grande mutirão de limpeza e de conscientização para não jogar lixo em lugares impróprios.
O objetivo é fazer algo concreto pelo meio ambiente com resultados imediatos e locais: limpar o lixo descartado irresponsavelmente e acumulado em todos os litorais do planeta. Simboliza, também, a união mundial e a dedicação em prol de um mundo mais limpo, consciente e saudável para a humanidade.
A representante do MMA destaca que, iniciativas como esta, são fundamentais do ponto de vista de mobilização e disseminação da temática. “E quando consideradas numa perspectiva integrada, associadas à pressupostos da educação ambiental crítica e estruturas de gestão de resíduos, contribuem fortemente para a minimização do problema”, aponta Leila Swerts. Ela ressalta, ainda, a importância deste tipo de campanha no que diz respeito à mobilização popular como contribuição para a agenda do Projeto Orla, principalmente dentro da perspectiva de participação cidadã, aproximando e sensibilizando a sociedade em temáticas relevantes para a promoção da qualidade ambiental do litoral brasileiro. (Fonte: Sophia Gebrim/MMA)