Protesto contra política ambiental da Índia marca início de cúpula da ONU

Um banner com a foto do Primeiro-ministro da Índia, Manmohan Singh, e frases de protesto contra o uso de carvão no país e a derrubada de florestas foi pendurado no monumento Charminar, mesquita que é um dos principais símbolos da cidade de Hyderabad, na Índia.

Com os dizeres “Pare com os crimes de carvão; salve as florestas indianas”, a ONG quer chamar a atenção do governo indiano e dos negociadores de mais de 160 países que estão reunidos na cidade para a 11ª Conferência das Partes (COP) da Convenção da ONU sobre Diversidade Biológica (CBD), que teve início nesta segunda-feira (8).

O encontro tratará de temas delicados como a disponibilização de recursos de nações ricas para que países pobres mantenham suas florestas em pé e recursos naturais intactos, além de planejar formas de aumentar a conservação de ambientes marinhos e terrestres, conciliando com o desenvolvimento econômico.

Superexploração dos recursos, desmatamento, poluição, mudanças climáticas: a taxa de extinção das espécies é hoje até mil vezes mais elevada do que antes, lembram os cientistas.

Uma em cada três espécies de anfíbios, mais de um pássaro em cada oito, mais de um mamífero em cada cinco, mais de um quarto das espécies de coníferas e também um grande número de peixes e cetáceos estão ameaçados de extinção.

Esta erosão não apenas se limita à questão do desaparecimento das espécies, mas também afeta as economias globais, com muitos setores que dependem de um meio ambiente em bom estado. Em 2010, “ano internacional da biodiversidade”, a conferência de Nagoya, no Japão, as nações assumiram compromissos ambiciosos.

Entre eles está um plano com 20 objetivos para 2020 (como suprimir os subsídios “nefastos” para o meio ambiente ou lutar contra a pesca excessiva) e um acordo histórico sobre um protocolo para distribuir de forma mais igualitária os benefícios da exploração de recursos genéticos para as indústrias, como a farmacêutica ou a cosmética.

Mas atacar o que afeta a biodiversidade no mundo é preciso de muito dinheiro. Ainda não existe um número fechado, mas o secretário-executivo da CBD, o brasileiro Braulio Dias, estima que para um único tópico dos 20 objetivos, que refere-se à ampliação de áreas protegidas no mundo, será necessário investir nos próximos oito anos até US$ 600 bilhões.

A dificuldade que a conferência deve enfrentar será a mesma já ocorrida em negociações como a climática: países ricos dizendo que não têm dinheiro e nações pobres cobrando investimentos e se isentando de possíveis aportes para “salvar o mundo”. (Fonte: Globo Natureza)