Agência da ONU pede que fome seja combatida com atenção à ecologia

O Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma) fez um alerta nesta terça-feira (16), dia mundial da alimentação, sobre a necessidade de dar mais atenção à ecologia e ao meio ambiente para alcançar o objetivo de erradicar a fome no mundo.

Neste aspecto, a agência da ONU advertiu que, se a ecologia e a proteção da biodiversidade não forem priorizadas, será cada vez mais difícil alcançar uma segurança alimentar mundial. Segundo números do programa, um terço dos alimentos produzidos no mundo são desperdiçados, o que representa 1,3 bilhão de toneladas ao ano.

Um relatório publicado nesta terça pela organização ressalta que a falta de alimentos sempre esteve relacionada com quatro pontos fixos: a disponibilidade, o acesso, a utilização e a estabilidade, enquanto a base dos recursos e o ecossistema não eram levados em consideração. “O meio ambiente foi a ideia mais tardia que entrou no debate sobre segurança alimentar”, disse o cientista do Pnuma, Joseph Alcamo.

Economia verde – No relatório, intitulado “Evitar futuras crises de fome: fortalecer a base ecológica da segurança alimentar”, o programa da ONU analisa os diversos tipos de abusos ao ecossistema, como a pesca excessiva, o uso insustentável da água e as práticas agrícolas que degradam o meio ambiente.

“Esta é a primeira vez que a comunidade científica nos deu uma visão completa de como a base ecológica do sistema alimentício não só é pouco firme, mas como também está sendo enfraquecida”, afirmou Alcamo.

Além disso, o documento assinala que o caminho para garantir uma boa base ecológica, capaz de garantir a segurança alimentar mundial, parte em direção à reelaboração dos sistemas agrícolas sustentáveis e a uma mudança nas dietas e no armazenamento dos alimentos.

“O mundo necessita de uma grande revolução no meio ambiental: uma que entenda da melhor maneira como os alimentos são cultivados e como são produzidos em termos de contribuição natural”, declarou o subsecretário-geral da ONU e diretor-executivo do Pnuma, Achim Steiner.

O relatório também aponta que enquanto a agricultura fornece 90% das calorias que são ingeridas no mundo, a pesca fornece os outros 10%, mas ambas as indústrias enfrentam várias ameaças, principalmente pelo aumento da população e pela mudança no estilo de vida e nos hábitos alimentares. (Fonte: G1)