Vacina contra a malária obtém resultados aquém dos esperados

Uma vacina que poderia se tornar a primeira do mundo para a malária apenas 30% de eficácia em um teste feito em bebês africanos cujos resultados publicado nesta sexta-feira (9). Para ser aprovada, uma vacina precisa ter, pelo menos, 70% de eficácia, logo o resultado é decepcionante e coloca em dúvida o potencial dessa pesquisa.

O resultado surpreendentemente ruim para a vacina, desenvolvida pela GlaxoSmithKline (GSK) há três décadas, impõe vários anos de trabalho pela frente antes que uma vacina protetora contra a malária esteja pronta.

A malária, doença causada por protozoários transmitidos por mosquitos, mata centenas de milhares de pessoas todos os anos, em especial bebês na África. Os cientistas dizem que uma vacina eficaz é essencial para erradicar a doença.
Bill Gates, que ajudou a financiar o desenvolvimento da vacina da GSK, disse que agora são necessários novos testes para verificar se ela pode ser usada e de que maneira.

“A eficácia mostrou-se menor do que esperávamos, mas o desenvolvimento de uma vacina contra um parasita é uma coisa muito difícil de se fazer”, disse Gates em comunicado.

Os resultados do teste final com 6.537 bebês entre seis e 12 semanas mostrou que a vacina forneceu uma “proteção modesta”, segundo os pesquisadores. Um ano depois, esse grupo teve 30% menos episódios da doença, em comparação com um grupo que não foi vacinado.

Testes anteriores haviam obtido resultados mais animadores. Em um deles, que avaliou a proteção dos bebês após seis meses, a eficácia foi de 65%. Outro, feito com crianças mais velhas – entre cinco e 17 meses de idade – teve 50%.

A vacinação de bebês, em vez de crianças pequenas, é a opção preferida, uma vez que a vacina nova poderia ser acrescentada ao calendário de imunizações na infância. Um programa separado para crianças mais velhas envolveria uma série de custos adicionais, o que é um problema grave para os países pobres onde a doença é prevalente.

Eleanor Riley, professora de imunologia na London School of Hygiene and Tropical Medicine, disse que os resultados mostraram que a vacina da GSK, chamada RTS,S ou Mosquirix, é potencialmente útil, mas “não a solução completa”.

“A eficácia ligeiramente menor do que a esperada afetará a análise do custo-benefício que os profissionais da saúde e os financiadores terão de fazer antes de decidir se a vacina representa o melhor uso de recursos financeiros limitados”, afirmou. (Fonte: G1)