O Sul de Minas é considerado o maior produtor de figo de Minas Gerais e o período de colheita já começou na região, mas os produtores não estão satisfeitos. A falta de chuva e a ocorrência de fungos prejudicaram muitas lavouras. Em São Sebastião do Paraíso (MG), a queda na produção chegou a cerca de 40% e muitos produtores estão optando por outra cultura.
Segundo dados da Secretaria de Agricultura do Estado, a cidade tem a segunda maior produção de figo do Sul de Minas Gerais. No ano passado, foram colidas mais de 1 mil toneladas em uma área de 87 hectares. Mas de acordo com o engenheiro agrônomo da cooperativa do município (Cooparaíso), Marcelo Almeida, este ano o número de produtores caiu, principalmente os com pequenas produções.
É o caso de Seu Vanderlei Martins de Sá, que já teve cinco mil pés de figo em São Sebastião do Paraíso, e hoje tem dois mil. Ele já chegou a colher 36 toneladas, mas a seca e um fungo diminuíram muito a previsão para esta safra, não passando de sete toneladas. O pé do fruto que, segundo ele, já alcançou mais de três metros, diminui a cada ano, assim como a produção.
Já Seu Benedito de Pádua Martins tem uma das maiores produções de figo da região, mas diz que a seca prejudicou. Com 22 mil pés, ele colheu mais de nove toneladas na primeira das cinco etapas da colheita, que começou em dezembro. Apesar disso, ele diz que teve uma queda de 30% da produção neste ano.
O preço também não agrada os produtores. Seu Benedito não espera lucros no final da colheita. “O preço ideal seria vender por R$ 2,80 a R$ 3, mas hoje a gente vende por R$ 2,50”, afirma o produtor.
As dificuldades desanimaram alguns produtores, que vem sentindo a necessidade de diminuir a lavoura a cada ano. É o que acontece na propriedade da produtora Aparecida Reis Nunes, que onde havia figos, ela resolveu começar uma plantação de bananas. “A gente pretende trocar em no máximo dois anos, porque não está mais valendo a pena plantar figos”, explica ela.
O primeiro lugar na produção de figos na região é o município de Virgínia (MG), com uma produção de 3,5 toneladas em 350 hectares. (Fonte: G1)