Relatório publicado pela organização não-governamental britânica “Sense for Science” (“Bom Senso pela Ciência”, em tradução livre) reúne e discute equívocos científicos cometidos por celebridades em declarações públicas ao longo de 2012.
O texto reúne declarações feitas ao longo de 2012 e as contrapõe com a avaliação de um especialista daquele assunto específico, como se ele conversasse diretamente com a celebridade. Os temas vão desde dietas e medicina alternativa até conceitos de física e matemática.
Um assunto recorrente no relatório foi a questão da homeopatia, uma terapia alternativa que utiliza pequenas doses do agente causador de um determinado problema de saúde para tratá-lo. Ao longo do ano, dois apresentadores da televisão britânica – David Bellamy e Gaby Roslin – se pronunciaram a favor da terapia, que não é aceita pela maioria da comunidade científica.
“A ideia de que ela [a homeopatia] é tão boa quanto ou até melhor que os remédios usuais não é só enganosa, ela é perigosamente errada e pode custar muitas vidas”, advertiu Edzard Ernst, professor de Medicina Complementar aposentado da Universidade de Exeter, na Inglaterra.
As declarações incluem ainda noções distorcidas sobre as ciências naturais, como a fala do congressista norte-americano Paul Broun, que afirmou que a Terra tem “aproximadamente 9 mil anos” – na verdade, calcula-se que a idade do planeta seja de cerca de 4,6 bilhões de anos.
Por outro lado, o relatório também aproveitou para elogiar celebridades que aproveitaram o espaço na mídia para dar declarações com embasamento científico. Em uma delas, a atriz norte-americana Jennifer Aniston falou contra as dietas que incluem muitas horas de jejum, e ressaltou que mantém sua boa forma comendo regularmente e com moderação.
Em outra, o campeão olímpico Michael Phelps, também norte-americano, comentou que todos os nadadores profissionais fazem xixi na piscina, e completou: “o cloro mata [as bactérias], então não faz mal”. A declaração foi endossada por Stuart Jones, bioquímico do King’s College de Londres, que fez o cálculo baseando-se na quantidade de água em uma piscina olímpica e no número de nadadores por prova.
O relatório “Celebrities and Science” (“Celebridades e Ciência”) é elaborado anualmente pelo grupo “Sense for Science” (“Bom Senso pela Ciência”, em tradução livre) desde 2006. (Fonte: G1)