Projeto Água do Parque inaugura pagamento por serviços ambientais em Pernambuco

O projeto Água do Parque, realizado pelo Centro de Pesquisas Ambientais do Nordeste (Cepan) em parceria com o Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Pernambuco – IFPE e a Universidade Federal de Pernambuco – UFPE, chega ao fim comemorando bons resultados. Através de estudos previstos no projeto foi possível identificar que a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) economiza de R$ 9 mil a R$ 11 mil em tratamento da água extraída do Parque Estadual Dois Irmãos.

O Água do Parque, que contou com financiamento do Fundo Brasileiro para a Biodiversidade (Funbio), instalou equipamentos e fez medições no Parque Estadual Dois Irmãos, com o intuito de avaliar os serviços ambientais prestados pelo parque e a influência da Mata Atlântica preservada sobre a qualidade da água do local. Os estudos avaliaram os custos de tratamento em quatro Estações de Tratamento da Água – ETA´s, com destaque para a avaliação dos custos relativos a turbidez, ou seja, a capacidade de penetração da luz na água. Quanto mais límpida a água, menor a turbidez e maior a entrada de luz. O estudo apontou que, em função da menor turbidez, a Compesa economiza R$ 0,03 (três centavos) para cada metro cúbico de água tratada, o que significa dizer que a água do Parque Dois Irmãos é límpida e de boa qualidade. Essa qualidade indica que a floresta está gerando um benefício para toda a sociedade ao manter a pureza da água e gerar economia.

Após um ano e meio de atividades e negociações com a Compesa, o Água do Parque comemora a negociação do Contrato de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA), que prevê a destinação de recursos da Compesa às ações de preservação das águas do Parque Estadual Dois Irmãos. Os resultados contribuíram ainda para a construção de uma cultura de sustentabilidade na empresa.

De acordo com Carlos Eduardo Menezes da Silva, professor do IFPE e pesquisador associado do Cepan, a organização pretende replicar a experiência do projeto Água do Parque em outras unidades de conservação no estado e no Corredor Nordeste de Biodiversidade. Ainda segundo ele, em longo prazo, a ONG e seus parceiros pretendem realizar estudos mais amplos para demonstrar outros benefícios como a beleza da paisagem, a variação de temperatura, a captura de carbono que as Unidades de Conservação fornecem a sociedade. (Fonte: Ascom Cepan)