A Fundação Bill e Melinda Gates e o governo brasileiro vão oferecer US$ 8 milhões (R$ 16 milhões) para financiar estudos sobre bebês prematuros no Brasil, anunciaram nesta terça-feira (26) fontes oficiais durante um encontro internacional de cientistas no Rio de Janeiro.
As soluções sugeridas pelos responsáveis dos estudos no Brasil, como possíveis vacinas, programas de prevenção e métodos de diagnósticos, serão estendidas a outros países com a ajuda da fundação criada pelo controlador da Microsoft.
A associação entre a fundação patrocinada pelo milionário americano e o governo brasileiro tem por objetivo a busca de soluções para reduzir os índices de prematuros entre os nascidos no Brasil, afirmou o secretário de Ciência e Tecnologia do Ministério da Saúde do Brasil, Carlos Gadelha.
Segundo estatísticas do Ministério da Saúde, cerca de 10,5% dos bebês brasileiros nascem prematuramente.
Gadelha calculou que os recursos, que serão concedidos em partes iguais pela Fundação e o governo servirão para financiar pelo menos 20 projetos, que serão escolhidos através de um concurso público.
Os porta-vozes da fundação afirmaram que a entidade está negociando acordos para financiar outras pesquisas científicas que possam ajudar a combater a pobreza tanto no Brasil como em outros países em desenvolvimento.
O anúncio da associação foi realizado na VII Conferência de Rede Global de Academias de Ciências (IAP), que terminou nesta terça-feira (36) no Rio de Janeiro após três dias de debates.
O encontro, realizado pela primeira vez no Brasil e do qual participaram representantes de academias de ciências de 106 países, tratou precisamente sobre o uso da ciência para erradicar a pobreza.
Segundo Gadelha, a associação decidiu concentrar os esforços em estudos sobre bebês prematuros depois que diferentes debates da comunidade científica brasileira assinalaram este como um dos principais problemas da saúde pública no Brasil.
“A principal causa da mortalidade de crianças de até um mês é o parto prematuro. Uma criança prematura sofre grande risco de ter outros problemas ao longo da vida. Foi por isso que escolhemos o tema para a associação com a Fundação Bill e Melinda Gates”, disse.
O funcionário acrescentou que o resultado dos estudos realizados no Brasil beneficiará muitos outros países devido “às complicações relacionadas ao nascimento prematuro serem a primeira causa de mortalidade neonatal e a segunda causa de morte entre crianças menores de cinco anos no mundo todo”.
O ministro brasileiro de Ciência e Tecnologia, Marco Antonio Raupp, aproveitou no domingo a abertura do encontro das academias de ciências para propor a criação de uma comissão científica internacional que se dedique exclusivamente a desenvolver projetos de combate à pobreza.
“Se o conhecimento científico se tornou um recurso imprescindível para a geração de riqueza, e se a ciência amplia suas competências cada vez mais rápido, então podemos concluir que poderemos sim erradicar a pobreza e promover o desenvolvimento sustentável com o uso da ciência”, segundo o ministro.
Segundo Raupp, a proposta de criação da comissão poderá ser feita pelas 106 academias de ciências que integram a rede perante a Organização das Nações Unidas (ONU). (Fonte: G1)