O estado da Flórida, no sudeste dos Estados Unidos, poderá ser tomado por mosquitos gigantes no verão deste ano, advertem especialistas. A fêmea da espécie Psorophora ciliata é até 20 vezes maior que a das espécies mais comuns de mosquitos, e sua picada é capaz de penetrar até em camadas de roupa.
A espécie é comum em toda a costa leste dos EUA, mas poderá aparecer em quantidade muito acima do normal este ano no nordeste da Flórida.
Segundo o entomologista Phil Kaufman, professor do Instituto de Ciências Alimentares e Agrícolas da Universidade da Flórida, as fortes chuvas tropicais registradas em 2012 na região, incluindo a passagem do furacão Debby, criaram condições ideais para a proliferação desses insetos.
As fêmeas Psorophora ciliata costumam pôr seus ovos no solo à beira de lagoas, córregos e outras fontes d’água que transbordam quando há chuvas fortes. E as larvas só nascem quando os ovos estão na água.
“Esses mosquitos têm capacidade de pôr ovos que podem ficar dormentes por vários anos, até serem mergulhados na água”, explica Kaufman.
‘Picada dói bastante’ – As fêmeas da espécie podem chegar a quase 1,5 centímetro de comprimento e têm um corpo com marcas em preto e branco. São apenas as fêmeas que picam para sugar o sangue de animais, do qual retiram a proteína que precisam para a gestação. Já os machos sobrevivem sugando néctar de flores.
“A picada desse mosquito dói bastante, posso assegurar”, afirma Kaufman. Ele e outros colegas da Universidade da Flórida abriram um site para informar os moradores da região sobre a ameaça dos mosquitos e sugerir possíveis medidas para evitar picadas.
Segundo os pesquisadores, os insetos geralmente são espantados por repelentes com a substância DEET, apesar de já terem sido identificados alguns bichos resistentes. Outras recomendações são vestir calças e camisas de manga comprida e evitar regiões onde pode haver água parada após tempestades.
Apesar das picadas potencialmente dolorosas, os especialistas dizem que o mosquito não representa um grande problema de saúde pública, já que não são vetores para a transmissão de doenças, como acontece com outros insetos, como o Aedes aegypti, responsável pela dengue. (Fonte: G1)