Pelo menos 10% das espécies de algas microscópicas do mundo estão presentes no Rio Madeira, segundo o resultado do monitoramento do rio. O estudo foi iniciado em 2008 para acompanhar a qualidade da água com a construção da Usina Hidrelétrica Santo Antônio, em Porto Velho. De acordo com o estudo, praticamente não houve alteração nas características da água.
O monitoramento verifica a qualidade da água, suas características físicas e químicas, e ainda a presença dos organismos que habitam o rio. Entre estes organismos, o biólogo Dario Pires destaca a diversidade das algas microscópicas (Táxons fitoplantônicos). São 373 espécies, “isso é 10% das espécies em todo o mundo”, afirma o biólogo.
O biólogo Alexandre Marçal, da concessionária responsável pela hidrelétrica, explica que as mudanças das característica são imperceptíveis devido ao modelo de hidrelétrica fio d’água adotado pelo empreendimento, onde são utilizadas as turbinas tipo bulbo horizontais, dispensando a construção de grandes reservatórios. “Com isso, a água não fica parada, levando para correr pelas turbinas praticamente o mesmo tempo que levava antes da obra”, explica o analista.
As coletas são realizadas em um trecho de aproximadamente 300 quilômetros do rio, iniciando acima do Rio Jacy-Paraná, até abaixo do Rio Jamari, resultando em um estudo abrangente e inédito, segundo Marçal.
Além das coletas nos trechos do rio, duas estações de monitoramento são instaladas acima do nível do reservatório (montante) e abaixo (jusante). As sondas submersas captam dados que são encaminhados a base da equipe. “Os dados são enviados a cada 30 minutos, o que nos permite um monitoramento em tempo real do rio”, explica o Biólogo Dário.
As amostras coletadas são levadas ao laboratório flutuante, localizado na margem esquerda do rio. Lá são realizadas as análises de oxigênio da água; coliformes totais e fecais; acidez e os sólidos totais ou dissolvidos na água, entre outros.
Já a análise de metais, microorganismos, nutrientes, entre outros, são realizados em laboratórios e universidades parceiras fora do estado. Quanto a presença do mercúrio, os biólogos explicam que a quantidade encontrada no Rio Madeira também não foi alterada, estando abaixo do permitido pelas normas de segurança, que é de 0,0002 miligramas por litro. “O que é quase imperceptível, sendo detectado apenas através de programas de análises específicos”, finaliza Dário. O monitoramento da água deve seguir de maneira permanente, mesmo após a finalização da obra. (Fonte: G1)