O Fundo Nacional de Desenvolvimento Florestal (FNDF) e o Fundo Clima, geridos respectivamente pelo Serviço Florestal Brasileiro e pelo Ministério do Meio Ambiente, abriram em conjunto uma chamada de projetos para o Cerrado. A iniciativa apoiará empreendimentos liderados por comunidades que trabalhem com produtos não madeireiros desse bioma. O prazo para os interessados se candidatarem vai até 26 de maio.
Será oferecida assistência técnica de até 600 horas em gestão de empreendimentos comunitários, manejo de pequi, buriti, baru, mangaba e coquinho-azedo, e também sobre beneficiamento e acesso a mercados. Podem participar associações e cooperativas localizadas no Distrito Federal, Goiás e no norte e no noroeste de Minas Gerais.
Segundo o gerente de Capacitação e Fomento do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), João Paulo Sotero, essas regiões “têm forte produção de produtos do Cerrado e demanda crescente de consumo, por isso foram priorizadas”. Posteriormente, outras chamadas poderão ser elaboradas contemplando outras regiões do bioma.
A gerente substituta de Florestas Comunitárias do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), Sandra Afonso, explica que a iniciativa foi motivada pelo fato de a produção não madeireira no Cerrado se mostrar uma importante estratégia de conservação do bioma e de desenvolvimento para comunidades locais. Em muitos casos, porém, os grupos comunitários apresentam dificuldades para planejar suas atividades.
“Esperamos contribuir para uma gestão comunitária que valorize o ativo florestal e fortaleça a sustentabilidade das ações de desenvolvimento regional, uma vez que organizações bem geridas terão melhores condições de continuar ou ampliar as atividades desenvolvidas junto à floresta”, afirma.
A classificação dos projetos levará em conta seis critérios, entre eles, a localização do empreendimento em área do Plano de Ação para Prevenção e Controle do Desmatamento e das Queimadas no Cerrado (PPCerrado), a quantidade de produtos florestais comercializados, produzidos ou beneficiados, e o percentual de mulheres entre os membros da organização comunitária.
O coordenador do FNDF, Fábio Chicuta, destaca que a forma de operação do FNDF é diferenciada e que não envolve repasse de recursos. Desta forma, a chamada de projetos visa conhecer a demanda pela assistência técnica e selecionar os projetos. “Em seguida, o SFB abre licitações públicas para selecionar instituições especializadas para prestar tais serviços”, diz.
No conjunto de chamadas lançadas pelo FNDF e pelo Fundo Clima para Amazônia em Cerrado serão aplicados, em 2013, R$ 2 milhões. (Fonte: MMA)