O Fundo Global para o Meio Ambiente (Global Environment Fund – GEF, sigla em inglês) está consultando diversos setores da sociedade brasileira para definição de prioridades no período de 2014 a 2018. Representantes do Fundo, que é um dos principais parceiros do Brasil no financiamento de projetos de fomento ao meio ambiente, reuniram-se com gestores do Ministério do Meio Ambiente (MMA), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e de outros ministérios, nesta quarta-feira (24), na sede do MMA, em Brasília, para receber demandas e discutir a agenda ambiental para os próximos anos.
“Essa foi uma reunião de consulta a diversos setores do governo brasileiro para ajudar a preparar o próximo ciclo de projetos a serem financiados pelo GEF”, destacou o chefe de Recursos Naturais do Grupo, Gustavo da Fonseca. Ele explica que a organização reconstitui o Fundo a cada quatro anos, com a definição das propostas a serem financiadas no quadriênio seguinte. O início desse novo ciclo será em 2014. “Seguindo esse calendário, no momento estamos consultando os principais governos que são clientes do GEF, como Brasil, África do Sul, México e outros grandes países que têm importância no cenário global na questão de meio ambiente, sobre quais seriam as grandes ações estruturadoras e transformadoras na área ambiental”.
Metas globais – De acordo com o secretário-executivo da Convenção sobre Diversidade Biológica, Bráulio Dias, na COP 10, que aconteceu em 2010 no Japão, os 193 países membros da convenção aprovaram a agenda de biodiversidade para a próxima década, com o novo plano estratégico com metas globais a serem atingidas até 2020. “São metas ambiciosas para ampliar os esforços de conservação, recuperação de áreas degradadas, reduzir desmatamento e degradação de meio ambiente, ampliar o consumo sustentável e melhorar o nível de vida da população com base no uso da biodiversidade”. Segundo ele, o GEF, principal parceiro financeiro da Convenção, é imprescindível para alcançar essas metas.
Bráulio adiciona, ainda, que parte importante dessa agenda é promover a melhor inserção dos temas da biodiversidade nas agendas de desenvolvimento, para o engajamento de todos os setores, de modo que essa não seja uma agenda somente ambiental, mas também da agricultura, pesca, floresta, energia, entre outros. “Esses são os grandes desafios, e como o GEF é o nosso instrumento financeiro, eles têm o papel chave de mobilizar os recursos para apoiar os países na implementação de seus compromissos políticos para atingir metas globais de biodiversidade”.
GEF no Brasil – O Fundo Global para o Meio Ambiente foi criado em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento (CNUMAD), conhecida como ECO-92. O Fundo é um gerenciador de ativos alternativos globais com aproximadamente US$ 1 bilhão em ativos sob gestão, sendo uma das principais empresas de investimento do mundo dedicada aos setores de recursos naturais de energia e meio ambiente. No Brasil, financia importantes projetos de redução ao desmatamento, uso sustentável do solo e conservação do meio ambiente.
“Estamos vivendo um momento diferente, atuando como líderes nas negociações mundiais sobre biodiversidade e mudanças climáticas, o que requer uma nova postura brasileira diante às questões ambientais”, destacou o secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Francisco Gaetani. Para ele, as iniciativas do GEF são de extrema importância para apoiar estratégias e metas de biodiversidade. O Brasil, junto com outros países, participa do processo de consulta. Espera-se que, em breve, sejam definidas novas prioridades nacionais de biodiversidade, que serão apoiadas pelo GEF. (Fonte: MMA)