Telescópio encerra observações espaciais, diz agência europeia

O telescópio Herschel, enviado ao espaço em maio de 2009, encerrou suas atividades de observações após consumir toda a reserva de hélio líquido que havia em seu tanque de resfriamento, informou nesta segunda-feira (29) a Agência Espacial Europeia (ESA).

O acontecimento era esperado, segundo a ESA. O Observatório Espacial Herschel, nome oficial do equipamento, acumulou mais de 25 mil horas gravadas de dados científicos e fez aproximadamente 35 mil observações espaciais no período em que esteve em operação.

A ESA avalia Herschel como o maior e mais poderoso telescópio infravermelho já lançado ao espaço. Uma das suas principais funções era estudar a formação das estrelas, atividade que agora não vai mais ser desenvolvida por ele.

O aparelho só vai ser totalmente “aposentado” nas primeiras semanas de maio – até lá, o telescópio continua se comunicando com estações na Terra mesmo sem fazer observações espaciais, destaca a agência europeia. A partir dessa data, Herschel deve ser colocado em uma órbita estável ao redor do Sol, e fora de atividade.

Os 2,3 mil litros de hélio líquido utilizados ao longo do funcionamento do telescópio Herschel eram necessários para resfriar seus instrumentos a um nível próximo do zero absoluto (-271º C), segundo a agência AFP.

Descobertas – “Herschel permitiu que tivéssemos novas visões de alguns dos aspectos mais obscuros do universo até agora. Ele também trouxe novas informações sobre o processo de nascimento de estrelas e da formação de galáxias, permitindo também que procurássemos por água pelo universo através da análise de ‘nuvens’ de moléculas”, afirmou o cientista encarregado pelo projeto do telescópio, Göran Pilbratt, em entrevista ao site da ESA.

Em janeiro passado, o Herschel forneceu informações informações inéditas sobre o asteroide Apofis, que deve se aproximar da Terra em 2029 e em 2036, segundo a agência de notícias AFP.

Com vida útil prevista de ao menos três anos, o telescópio foi batizado em homenagem ao físico William Herschel, que descobriu o infravermelho em 1800, de acordo com a AFP. O aparelho tinha uma lente principal de 3,5 metros de diâmetro.

“O telescópio Herschel superou as expectativas, nos abastecendo com um manancial de dados que vão manter os astrônomos ocupados por muitos ainos ainda”, disse o diretor de ciência e exploração robótica da ESA, Álvaro Giménez, em entrevista ao site da instituição. (Fonte: G1)