Período de defeso na Lagoa de Araruama começa em agosto

A pesca ficará suspensa na Lagoa de Araruama, na Região dos Lagos, entre 1º de agosto e 31 de outubro. A medida foi anunciada na sexta-feira (3) pelo ministro da Pesca e Aquicultura, Marcelo Crivella. Conhecida como defeso, a medida tem o objetivo de proteger a vida aquática no período de reprodução e de maior crescimento.

Esta é a primeira vez que o defeso será adotado na lagoa, a maior hipersalina do mundo, com um índice de salinidade que gira em torno de 52%. Durante o tempo em que os pescadores ficarem impossibilitados de exercer a profissão, eles vão receber o seguro-defeso, que corresponde a um salário mínimo mensal.

De acordo com Crivella, muitos pescadores vêm se queixando da pesca irregular em Araruama. Para ele, a medida não só contribui para a preservação da fauna local, como garante aos 2 mil pescadores da região o trabalho no restante do ano.

“Contamos com a fiscalização do Ibama [Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis] e da Polícia Ambiental, mas sobretudo, contamos com a fiscalização dos pescadores para poder garantir o sucesso da ação”, disse o ministro.

A presidenta da colônia de pescadores de Araruama, Nadrijane Santos, aprovou a implantação do defeso. “Mesmo com o valor do seguro não cobrindo a nossa renda habitual, no final das contas, o defeso se torna uma garantia de sobrevivência para o trabalho dos pescadores da região. Além de coibir a prática ilegal da pesca”.

Ainda em Araruama, o ministro assinou o termo de cooperação técnica com pescadores dos municípios de São Pedro da Aldeia e Armação de Búzios, ambos na Região dos Lagos, para regularizar a documentação dos profissionais.

À tarde, será inaugurado, também com a presença de Crivella, o telecentro Maré, na rodoviária de Niterói, região metropolitana do Rio. O espaço público, equipado com computadores conectados à internet, vai oferecer cursos de capacitação e treinamentos, presenciais ou a distância. Além disso, contará com oficinas, palestras e projetos de desenvolvimento comunitário voltados para a pesca e a aquicultura.

“É preciso estreitar essa relação com os pescadores, muitos aqui não sabem usar ferramentas básicas de informática como o e-mail. Aqui eles vão aprender a trabalhar com novas tecnologias para poder aplicar no seu dia a dia”, disse Crivella. (Fonte: Agência Brasil)