Cada vez mais mosquitos de outras regiões do mundo estão se adaptando às condições da Alemanha e da Europa. Em uma ampla pesquisa feitas nos últimos dois anos, cientistas recolheram mais de 75 mil mosquitos em 55 locais na Alemanha.
Ao todo, foram catalogadas 50 espécies. “Constatamos que em algumas regiões há mosquitos emigrados que já se adaptaram ao clima local, e outros, que só aparecem esporadicamente”, explica Egbert Tannich, do Instituto Bernhard Nocht de Medicina Tropical, de Hamburgo.
A explicação é que o clima europeu tem se tornado mais ameno e úmido, bem como os mosquitos gostam. O problema é que alguns deles podem ser perigosos.
Segundo Sven Klimpel, parasitologista da Sociedade de Pesquisas Naturais Senckenberg, independente da espécie, mosquitos machos não picam. As fêmeas são responsáveis pelas picadas. Quando se alimentam, podem dobrar de peso. Os pequenos insetos podem sugar de dois a cinco miligramas de sangue por picada, para absorver proteínas para seus ovos.
Mosquitos são portadores de doenças – Ao picar, alguns mosquitos podem transmitir vírus, parasitas, vermes ou doenças como a malária, doença do sono ou dengue. A maioria dos agentes causadores vêm da África, Ásia ou América Latina, regiões muito quentes e úmidas. Eles precisam destas condições climáticas, afirma Egbert Tannich, do Instituto de Medicina Tropical de Hamburgo: “No calor, os vírus se multiplicam mais rápido no mosquito.”
Atualmente, mosquitos como o tigre asiático ou o mosquito da febre amarela são encontrados com frequência na Europa, segundo Egbert e Klimpel.
Globalização e mudanças climáticas são os culpados – Muitos dos mosquitos exóticos são trazidos por turistas ou por pessoas que viajam a negócios pelo mundo. No novo ambiente, eles sobrevivem por um tempo, mas a maioria desaparece após o inverno. No entanto, os invernos alemães estão mais quentes e mais curtos, diz Sven Klimpel: “A temperatura média em algumas regiões aumentou e o clima se tornou mais úmido – condições ideais para os mosquitos.”
Mas não apenas mosquitos exóticos têm preocupado cientistas: “Mosquitos locais se sentem muito bem com esse tipo de clima”. Também eles podem conter agentes patogênicos perigosos. Os cientistas detectaram pela primeira vez larvas do verme Dirofilaria repens em mosquitos na Alemanha.
Este parasita é natural da África, Ásia e sul da Europa. Ele na verdade é inofensivo e vive no coração de cães, furões e raposas. Um mosquito suga o sangue de um animal infectado e pode transmitir a doença a uma pessoa na próxima picada. Geralmente, o processo não é perigoso. Na maioria das vezes, os nematoides morrem rapidamente.
Mesmo assim, é importante acompanhar de perto que tipos de doenças exóticas vêm aparecendo e podem se proliferar na Alemanha, adverte Klimpel. Ele afirma que “nos próximos 10 a 50 anos, vai aumentar na Alemanha o número de doenças infecciosas transmitidas por insetos que sugam sangue”. (Fonte: Terra)