Apesar dos esforços de conservação, lince ibérico pode ser vítima do aquecimento global
Após 20 anos de esforços para salvar o lince-ibérico, espécie felina ameaçada de extinção, e gastos mais de US$100 milhões, tais ações estão sendo ameaças por não incluírem como fatores os efeitos da mudança climática, afirmam os cientistas.
Esse felino com pelagem pintada e olhos amarelos, originário do sul da Europa, vem enfrentado há bastante tempo à diminuição de sua fonte de alimentos. O coelho-europeu, sua presa favorita, vem diminuindo devido a doenças e à caça excessiva. Atualmente, restam apenas 250 linces e a maioria vive na Espanha. Os conservacionistas têm focado a transferência desses animais para habitats do país em que exista uma quantidade maior de coelhos.
Entretanto, o aumento da temperatura e o clima mais seco talvez afastem o coelho-europeu de muitos desses habitats dentro de 50 anos, relata uma equipe internacional de cientistas no periódico Nature Climate Change . A equipe usou modelos ecológicos que incorporam dados sobre o clima para prever as próximas alterações nos padrões da população de coelhos.
Para salvar o lince, os cientistas afirmam que os conservacionistas devem se concentrar na transferência dos animais para regiões mais elevadas, nas quais os coelhos serão menos afetados pelas alterações climáticas.
Ao ser perguntado sobre as descobertas, Miguel Simon, diretor do grupo de preservação do lince chamado Projeto Iberlince Life, afirmou que o coelho talvez se beneficie de climas mais quentes por preferir climas secos e áridos. Entretanto, ele acrescentou que o foco deve ser o controle da emissão de gases de efeito estufa, que estão causando o aquecimento global.
“O problema a ser resolvido são as emissões de CO2”, afirmou. (Fonte: Portal iG)