Com 35 metros de altura, o exemplar da árvore Tanimbuca, situada no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (Inpa), em Manaus, está prestes a cair, segundo a instituição. “Ela está ocada, apodrecendo por dentro e pode a qualquer momento despencar”, confirmou Carlos Bueno, coordenador de extensão do instituto. Pesquisadores estimam que a espécie tenha mais de 600 anos e pese mais de 15 toneladas.
Bueno avalia que 50% do tronco esteja oco, um diâmetro de cerca de um metro e meio, e que a ávore já teria caído se fosse mais alta. O pesquisador estima ainda que o tronco deve pesar 30 quilos. Por estar rodeada de outras espécies, conforme o pesquisador, a Tanimbuca ainda permanece em pé. Diante do diagnóstico, o Inpa estuda estratégias de proteção e sustentação utilizando cabos de aço ou preenchimento com cimento especial.
“Prender um cabo de aço em um dos galhos e amarrar em três pontas ou encher a árvore de pedra e concreto para garantir a resistência do tronco. Estamos procurando uma empresa que disponha dessa tecnologia e que possa nos apadrinhar; ver o que se pode fazer para dar suporte”, explicou Carlos Bueno.
Dentro do tronco vazio, Bueno afirmou ter visto urubus montarem ninhos. De acordo com o pesquisador, troncos ocos são comuns em 25% das árvores da Amazônia. Segundo o pesquisador, a Ilha da Tanimbuca, área do instituto onde a árvore está localizada, recebe cerca de 140 mil visitantes por ano.
No Inpa, a Tanimbuca divide espaço com Sumaúmas, árvore amazônica de grande porte. As duas espécies estão a salvo do perigo de extinção que atinge o mogno, por exemplo, segundo Bueno. A exploração da madeira para a produção de móveis é apontada pelo pesquisador como motivo para desmatamentos antigos.
“Nós tivemos sorte de encontrar a Tanimbuca ainda em pé na área que atualmente está o Inpa. No caso do mogno, há registros de que muitos fazendeiros deixavam que cortassem as árvores em troca de construção e pavimentação de estradas. Começou o desmatamento que transformou o mogno em uma madeira famosa”, afirmou Carlos Bueno.
O pesquisador explicou que manter a floresta em pé interfere nas características do clima e temperatura das regiões brasileiras. Atualmente, a estratégia do instituto é incentivar programas que visem a extração econômica da vegetação de forma sustentável. “Temos que entender que é muito mais útil ter as árvores em pé. Elas são responsáveis por mudanças climáticas no Centro Oeste e Sul do país”, ressaltou Bueno. (Fonte: G1)