Um filhote de baleia franca semi-albino foi avistado pela equipe do Projeto Baleia Franca durante o sobrevoo de monitoramento da espécie pelo litoral de Santa Catarina. Além do animal raro foram observadas outras 123 baleias francas em 280 quilômetros percorridos de helicópteros pela costa da região Sul do País.
O albinismo parcial atinge cerca de 1,5% da população de baleias francas do litoral brasileiro. Em média, um único animal com essas características é observado a cada ano no período reprodutivo da espécie na costa brasileira. O filhote nasce branco com pintas pretas e, a medida que se desenvolve, a pele branca fica acinzentada.
Assim como o albinismo verdadeiro (total), o parcial é resultado de uma modificação genética que afeta a pigmentação do organismo. “A diferença é que o albinismo parcial não gera ausência total de pigmentação, por isso as baleias francas com essa característica nascem brancas com manchas pretas”, explica a bióloga Karina Groch, coordenadora do Projeto Baleia Franca.
Embora a quantidade de indivíduos avistados esteja dentro da média esperada por temporada reprodutiva, a concentração fora do comum de animais nas praias do município de Laguna (SC) chamou a atenção dos pesquisadores do projeto.
A bióloga afirma, no entanto, que não é possível determinar uma causa específica para a concentração de animais. “A ocorrência mostra a complexidade dos padrões de uso de habitat pelas baleias francas e ressalta a importância dos sobrevoos, que permitem uma análise abrangente e sistemática da distribuição da espécie nesta área, que representa a principal concentração reprodutiva das baleias francas no Brasil”, afirma.
O próximo monitoramento aéreo está previsto para novembro, quando a temporada de reprodução das baleias francas no litoral de Santa Catarina chega ao fim. O pico do período reprodutivo da espécie é em setembro, mas a presença de um grande número de baleias nas enseadas de maior concentração deve prosseguir até a primeira quinzena de outubro. (Fonte: Portal iG)