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Um relatório do painel da ONU para Mudanças Climáticas (IPCC, na sigla em inglês) afirma que há 95% de certeza de que as atividades humanas têm sido o principal agente causador do aquecimento global desde os anos 1950.
O relatório – que é um esforço de diversos integrantes da comunidade científica em todo o mundo – foi divulgado nesta sexta-feira.
Em 2007, o IPCC havia estabelecido em “mais de 90%” a probabilidade de que ações humanas seriam a principal causadora do aquecimento global.
Desde os anos 1950, a humanidade é “nitidamente responsável” por mais da metade do aumento observado nas temperaturas. Desde 1998, as temperaturas pararam de subir, mas os cientistas minimizaram este fato.
Segundo eles, aquele ano foi muito quente devido aos eventos climáticos El Niño – que ocorrem no Oceano Pacífico e tem grande influência sobre a distribuição de chuva e calor em várias regiões do mundo – e isso contribuiu para que as temperaturas médias parassem de crescer.
O relatório afirma que o aquecimento global é um fenômeno “inequívoco”, verificado no ar, nos oceanos e no solo, e que mesmo a interrupção deste fenômeno nos últimos 15 anos foi curta demais para conter esta tendência de longo prazo.
“Tendências baseadas em dados de curto prazo […] em geral não refletem tendências de longo prazo”, afirma o texto.
O painel diz que os gases nocivos ao meio ambiente continuando sendo emitidos, e que isso vai agravar o aquecimento global. Para deter isso, seriam necessárias “reduções substanciais e sustentadas de emissões de gases nocivos ao ambiente”.
Cada vez mais quente – O documento foi intensamente debatido por cientistas reunidos na Suécia nesta semana, antes de ser divulgado nesta sexta-feira. Os relatórios do IPCC servem como uma espécie de resumo consensual da comunidade científica para influenciar decisões tomadas pelos líderes políticos mundiais.
Esta é a primeira parte de três grandes documentos que serão divulgados ao longo dos próximos 12 meses. O texto de 36 páginas é considerado o mais abrangente já produzido pelo painel sobre os mecanismos de mudanças climáticas da Terra.
O relatório é categórico ao afirmar que, desde os anos 1950, as mudanças observadas são mais intensas do que as verificadas em “décadas e milênios” anteriores.
Nas últimas três décadas, a Terra foi ficando cada vez mais quente – com temperaturas médias provavelmente superiores a qualquer período nos últimos 1,4 mil anos.
“Nossa avaliação científica detecta que a atmosfera e os oceanos se aqueceram, a quantidade de neve e gelo diminuiu, a média do nível do mar aumentou e a concentração de gases nocivos ao ambiente se intensificou”, diz Qin Dahe, que é um dos diretores do IPCC.
No resumo do documento, os cientistas dizem que o nível do mar vai crescer em um ritmo mais acelerado do que o registrado nos últimos 40 anos.
A previsão é de que o planeta vai se aquecer em 1,5 graus Celsius até o fim do século. (Fonte: Portal iG)