Os primeiros polinésios que viviam na remota Ilha de Páscoa dispensavam os frutos do mar para consumir uma dieta rica em proteína vinda da carne de rato, mostra nova pesquisa publicada no periódico American Journal of Physical Anthropology.
A descoberta foi feita por cientistas da Universidade Estadual do Idaho, nos Estados Unidos, que investigaram os hábitos alimentares dos pioneiros da ilha do oceano Pacífico, localizada a 3.700 quilômetros a Oeste da costa do Chile e famosa pelas estátuas em formato de cabeça esculpidas em grandes rochas.
Para determinar do que os primeiros habitantes da Ilha de Páscoa se alimentavam, os pesquisadores analisaram vestígios de nitrogênio e isótopo de carbono contidos nas arcadas dentárias de 41 cadáveres coletados em escavações previamente feitas no local.
Os resultados foram então comparados com os valores de isótopo de carbono observados em ossos de animais também coletados no solo da ilha. Essa relação apontou para uma dieta riquíssima na carne de um tipo de rato que vive no local, conhecido pelo nome de kiore ou rato-do-Pacífico (Rattus exulans).
O animal era a principal fonte de proteína dos primeiros habitantes da ilha, contrariando a suposição de que eles comeriam frutos do mar para obter o nutriente. Segundo o estudo, o rato kiore, menor do que ratos comuns e encontrados nas ruas de grandes cidades, é “saboroso”.
“Nossa pesquisa mostra que ao contrário do que outros estudos anteriores mostravam, a dieta desses indivíduos era predominantemente composta por alimentos encontrados em terra, sendo composta de ratos, galinhas e plantas C3 [classe à qual pertencem a banana e a batata doce, por exemplo]”, dizem os autores do estudo.
A Ilha de Páscoa é conhecida por ser a mais isolada massa de terra habitada do mundo: medição feita em 2012 estima que sua população seja composta por menos de 6.000 pessoas, espalhadas por 163 mil quilômetros quadrados de território. Considerada parte do território do Chile, a ilha foi nomeada Patrimônio Mundial da Humanidade pela Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura) em 1995. (Fonte: UOL)