Mudanças climáticas ameaçam desenvolvimento humano no Peru, alerta ONU

O Peru obteve melhoras em desenvolvimento humano na última década, mas avanços como a redução da pobreza estão ameaçados por efeitos das mudanças climáticas se não forem adotadas medidas para mitigá-lo, destacou um relatório do Pnud, divulgado esta quinta-feira.

O informe do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud) destaca que o Peru, devido às suas diferenças e contrastes geográficos é um país de alta vulnerabilidade a variações climáticas e deve “acelerar e aprofundar” os esforços que faz na direção de “um futuro sustentável”.

“Os avanços econômicos, assim como os registrados na redução da pobreza, em saúde e educação não serão sustentáveis se não forem adotadas medidas de adequação às mudanças climáticas”, alertou durante coletiva de imprensa Rebeca Arias, Coordenadora Residente do Programa das Nações Unidas e representante do Pnud.

“As mudanças climáticas já estão entre nós”, destacou.

Desertificação, secas e outros efeitos das mudanças climáticas podem tirar efeitos diretos sobre atividades produtivas e agrícolas, segundo o documento.

Segundo a classificação mais recente do mais recente informe mundial de 2013, o Peru ocupa o 77º lugar em uma lista de 187 países na categoria de “desenvolvimento humano alto”, advertindo, no entanto, que “há grandes brechas por trás destas médias”.

O índice de desenvolvimento humano (IDH) do Pnud confirma que o litoral é privilegiado perante a região amazônica e a selva porque estas duas últimas receberam pouco apoio das políticas políticas estatais.

No entanto, a capital peruana não lidera mais o ranking das províncias com IDH mais elevado, pois as províncias da região de Moquegua (sul) “apresentam valores altos pela renda derivada do refino e da exploração de minério”.

Também se adverte para uma situação melhor em regiões de selva cocaleiras e onde se desenvolve a mineração ilegal no país.

“A proporção de províncias da selva com crescimentos de IDH superiores a 50% é numerosa demais para ser qualificada de casual”, destacou a pesquisa, acrescentando que nestes locais se adverte para a presença de cultivo, processamento e comercialização da coca e da mineração artesanal, em grande parte ilegal, como fontes de recursos”.

Francisco Santa Cruz, coordenador da Unidade IDH do Pnud, observou que a bacia do rio Amazonas, já sofre com uma frequência maior de secas e cheias extremas devido ao aquecimento global.

Ele advertiu que “o aquecimento global em marcha e atividades humanas como o desmatamento e a expansão agrícola poderiam estar tornando a Amazônia um emissor líquido de carbono”. (Fonte: UOL)