Os elefantes asiáticos são capazes de se consolar e de acalmar uns aos outros com contato físico e vocalizações em momentos de angústia, segundo as conclusões de um estudo publicado nesta terça-feira (18) pela revista “PeerJ'”.
“As pessoas notam com facilidade que os elefantes são animais inteligentes e empáticos”, assinalou o autor do estudo, Joshua Plotnik, que estudava na Universidade Emory, em Atlanta (Geórgia), nos Estados Unidos, quando iniciou a pesquisa. “No entanto, como cientistas, tínhamos que provar essa relação”, completou.
O consolo entre animais é algo considerado raro, embora exista uma abundante evidência empírica de comportamentos de conforto, companhia e condolência entre os símios, canídeos e certos corvídeos.
O coautor do estudo, o professor de psicologia Frans de Waal, que dirige o Centro Nacional Yerkes de Pesquisa de Primatas em Emory, anotou que, “com seus fortes vínculos sociais, não é surpreendente que os elefantes demonstrem preocupação mútua”.
“Este estudo demonstra que os elefantes se estressam quando veem outros animais passando por situações de estresse e, por isso, se aproximam para acalmá-los, em um gesto que não é muito diferente do dos chimpanzés ou dos humanos ao abraçar alguém em um momento de angústia”, acrescentou.
Plotnik, que agora trabalha na Universidade Mahidol, na Tailândia, escreveu que “os humanos são únicos de muitas formas, mas não tantas como achávamos”.
Para este estudo, os cientistas observaram 26 elefantes asiáticos durante quase um ano em um campo para elefantes de 13 hectares no norte da Tailândia. Posteriormente, eles registraram as situações em que os elefantes demonstravam estresse e, é claro, as reações dos elefantes próximos.
As situações de estresse respondiam a diversas causas que os cientistas não puderam determinar ou causas mais observáveis, como a passagem de um cachorro, uma serpente ou algum outro animal, além da presença de um elefante hostil.
“Quando um elefante se inquieta, suas orelhas se estendem para os lados, a cauda se levanta ou se curva e o animal emite um barulho de baixa frequência, como uma trombeta”, explicou Plotnik.
O estudo encontrou que os elefantes próximos se aproximavam do indivíduo estressado para um contato físico direto mais frequente que o registrado durante os períodos de calma. (Fonte: G1)