Todo mundo sabe que precisa passar protetor solar, mas será que são todos que sabem o jeito certo de usá-lo? Muita gente diz que usa o filtro, mas mesmo assim fica com partes do corpo queimadas e ardendo no dia seguinte – isso geralmente acontece porque o produto foi usado do jeito errado e não foi aplicado em todo o corpo. Partes como orelhas, nuca, peito dos pés, dorso das mãos e axilas, por exemplo, são frequentemente esquecidas, como explicou a dermatologista Márcia Purceli no Bem Estar desta quarta-feira (26).
Por isso, a dica principal é passar o filtro antes de se vestir, como recomendou a médica, para que ele seja aplicado de maneira uniforme em todo o corpo. As mulheres, principalmente, ficam com receio de sujar o biquíni e acabam passando de um jeito mais cuidadoso, mas isso pode aumentar o risco de queimaduras de sol perto da roupa. Por isso, aplicar o filtro antes evita que essas áreas de junção fiquem expostas e ardendo no dia seguinte.
Para mostrar com essas áreas do corpo geralmente são esquecidas, a repórter Daiana Garbin e o químico Luiz Fernando Pereira levaram uma câmara escura com luz negra a uma praia para avaliar a maneira que as pessoas aplicam o produto.
A luz mostrou que o filtro geralmente não é aplicado em áreas como orelhas e nuca ou geralmente não é aplicado de maneira uniforme.
No entanto, existem partes do corpo que o protetor não pode ser passado ou não faz efeito, como olhos, cabelos e lábios, por exemplo. Para essas áreas, porém, existem outras maneiras de proteção físicas que podem ajudar, como bonés e chapéus, óculos escuros e protetores labiais.
O especialista em roupas com proteção solar, Lyonel Pellegrino, explicou ainda que existem tecidos que protegem mais ou menos contra o sol. Os com fibras sintéticas, por exemplo, como poliéster e poliamida, têm uma trama mais fechada e tendem a proteger mais; já os com fibras naturais, como algodão e linho, protegem menos. Se algum desses tecidos molhar, no entanto, a proteção diminui já que a água faz a trama se abrir, como alertou o especialista.
Em relação à cor, as escuras costumam ser mais eficientes na proteção – por isso, quem quer ficar com marquinha de biquíni deve escolher um modelo preto, como sugeriu a dermatologista Márcia Purceli, já que as roupas escuras absorvem mais os raios UV.
E na hora de dirigir? – Todo mundo lembra de usar o protetor em diversas situações, mas nunca na hora de dirigir. É muito comum ver motoristas com os braços para fora do carro, ainda mais nessa época de calor.
Por causa disso, um braço fica muito mais bronzeado do que o outro.
Segundo o dermatologista Gustavo Alonso, pesquisas mostram que as pessoas acabam passando mais tempo no carro do que praticando atividades de lazer, principalmente em cidades grandes. Por isso, a exposição solar nessas situações tem um impacto muito significante na saúde da pele.
Estudos estrangeiros, inclusive, comprovam a ligação entre o câncer de pele e a exposição ao sol dentro do carro, tanto que nos países em que se dirige do lado esquerdo, como o Brasil, existem mais casos da doença desse lado do corpo.
Por isso, antes de dirigir, é fundamental passar protetor no rosto, pescoço, braços e mãos. Além disso, existem películas especiais para o vidro do carro que também ajudam na proteção contra a radiação solar, como explicou a especialista em películas Natalia Fino.
No caso do vendedor ambulante Fernando Carolino, no entanto, a preocupação em se proteger do sol nunca foi a prioridade.
Após 52 anos dirigindo um caminhão e vendendo frutas e verduras debaixo do sol forte, ele começou a perceber feridas no rosto. Porém, só foi procurar um médico quando começou a ter um sangramento na pele. O vendedor descobriu que estava com câncer de pele e precisava operar. (Fonte: G1)