O volume acumulado de água nos reservatórios do Sistema Cantareira voltou a cair nesta segunda-feira (24) após dois dias de recuperação. O índice chegou a 14,5%, menor já registrado na história. A marca é a mesma da sexta-feira (21). A chuva registrada na região dos reservatórios foi de apenas 1,3 milímetro, segundo a Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo (Sabesp).
No fim de semana, o Cantareira chegou a dar sinais de recuperação. No sábado (22), com a chuva de sexta em 16,9 milímetros, o nível subiu 0,1% e atingiu 14,6%. No domingo (23), o índice permaneceu o mesmo.
Chuvas – A previsão de chuva para a região do sistema é ainda mais pessimista para os próximos meses, segundo Kleber Souza, meteorologista do Instituto Nacional de Meteorologia (InMet).
“A tendência é de redução das chuvas. O que tinha que chover, não choveu no verão. Agora é uma estação de transição, ainda chove um pouco, mas a tendência é de redução”, disse. Nos próximos dias, ainda segundo o meteorologista, a previsão é de chuvas fracas e isoladas.
‘Volume morto’ – A Sabesp informou na segunda-feira (17) que a água do fundo dos reservatórios do Sistema poderá abastecer a Grande São Paulo por quatro meses. O chamado “volume morto” deve começar a ser usado entre julho e agosto, de acordo com a companhia.
As obras emergenciais da Sabesp para retirar essa água começaram no dia 17 de fevereiro em Nazaré Paulista e Joanópolis, no interior do estado. A obra está orçada em R$ 80 milhões e vai tornar útil uma reserva de 300 bilhões de litros de água que fica abaixo do nível das comportas.
Ele nunca foi utilizado porque as bombas utilizadas atualmente não tem capacidade para captação nessa profundidade. Para retirar essa água, a Sabesp está construindo uma tubulação de 3,5 km. Nessa tubulação, serão instaladas 17 bombas flutuantes.
A ideia da Sabesp é utilizar 200 dos 300 bilhões de litros do volume morto para garantir o abastecimento de quem recebe agua do sistema Cantareira. O diretor da Sabesp admite que a captação do volume morto, ajuda a diminuir a crise do abastecimento no curto prazo. O sistema pode levar muito tempo para se recuperar.
Segundo cálculo feito pelo professor especialista em recursos hídricos da Universidade de São Paulo (USP), Rubem Porto, com um índice de armazenamento de 15%, e sem chuva, a água da Cantareira vai durar até setembro. Com a utilização do volume morto, o abastecimento da região metropolitana ganha um respiro. Ele deve durar até fevereiro do ano que vem. (Fonte: G1)