A Rússia não tem a intenção de estender a exploração da Estação Espacial Internacional para além de 2020, como desejado pelos americanos, indicou nesta terça-feira (13) o vice-primeiro-ministro russo, Dmitry Rogozin, conhecido por sua retórica anti-ocidental.
“Nossas previsões indicam que teremos a necessidade da ISS até 2020”, declarou Rogozin, encarregado do setor espacial no governo, citado pela agência de notícias Interfax. “Depois de 2020, gostaríamos de redirecionar esses recursos financeiros para projetos espaciais com mais futuro”, disse ele.
“Os nossos colegas americanos manifestaram interesse em estender os trabalhos da ISS até 2024, mas a Agência Espacial Federal e o Fundo de Pesquisas estão prontos para fazer algumas novas propostas estratégicas relacionadas ao desenvolvimento da indústria espacial russa após 2020”, explicou.
Em janeiro, a agência espacial americana (Nasa) anunciou a extensão da vida útil da ISS, um laboratório espacial colocado em órbita em 1998, que custou no total US$ 100 bilhões, até 2024. Mas, enquanto “o segmento russo pode existir independentemente do americano, o dos Estados Unidos não pode operar de forma independente da Rússia”, ressaltou Rogozin.
As espaçonaves russas Soyuz são, desde o fim das operações com as naves espaciais americanas, a única maneira de transportar e repatriar tripulação da ISS.
Dmitry Rogozin está entre as autoridades russas que sofreram sanções da União Europeia pela crise ucraniana. Ele alertou no final de abril que os Estados Unidos estão “expondo” seus astronautas na ISS ao adotarem sanções contra Moscou que podem afetar a indústria espacial russa. (Fonte: G1)