As cidades do Norte catarinense, afetadas pelas chuvas, estão em fase final de documentação e levantamento para solicitar recursos ao Ministério da Integração Nacional e para o Governo do Estado. A Associação dos Municípios do Vale do Itapocu (Amvali) acredita que os gastos para reconstrução nas sete cidades da região cheguem a R$ 100 milhões. Depois de Jaraguá do Sul, o município com mais prejuízos é Guaramirim. Os dois estimam juntos perdas da ordem de R$ 70 milhões.
Em todo o estado, cerca 400 mil pessoas em 42 municípios foram afetados pelas chuvas, entre 6 e 8 de maio, segundo a Defesa Civil de Santa Catarina. O órgão calcula que 50 mil pessoas ficaram desalojadas e 6 mil, desabrigadas. Foram emitidos 30 decretos de situação de emergência e duas cidades em estado de calamidade pública – Guaramirim e Rio Negrinho. Vinte e oito pessoas ficaram feridas e duas mortes foram registradas, em Guaramirim e Mafra.
Jaraguá do Sul – Em Jaraguá do Sul, o prefeito Dieter Janssen estima que cerca de 90 mil pessoas tenham sido afetadas pelas cheias – número que representa mais de 60% da população. Os prejuízos com a enchente e com os deslizamentos chegam a 50 milhões de reais. A situação levou o município a decretar situação de emergência no dia 8 de junho. Algumas obras emergenciais já foram definidas. “Os recursos mais maciços são para construção de muros de contenção, desassoreamento dos rios Jaraguá e Itapocu e para a recuperação de pontes”, detalha o prefeito.
Algumas áreas da cidade permanecem isoladas nesta segunda-feira (16). No bairro Braço do Ribeirão Cavalo, uma ponte foi arrastada pela enxurrada e algumas famílias ficaram sem acesso. A reconstrução da ponte é uma das prioridades apresentadas pela prefeitura. Outra obra emergencial é no bairro Nereu Ramos. Parte do asfalto da rua Antonio Machado cedeu e o trânsito ficou em apenas uma pista.
A prefeitura pretende fazer essas obras e também custear os trabalhos de limpeza da cidade com parte dos recursos já anunciados pelos governos estadual e federal, que totalizam R$5 milhões. Mas para receber a verba, é preciso concluir um plano de trabalho que ainda será encaminhado à Defesa Civil do estado.
Já para as obras de contenção nas 33 áreas de risco da cidade e trabalhos de desassoreamento, o município aguarda recursos do Ministério da Integração Nacional. Além disso, Jaraguá do Sul espera também a confirmação da possibilidade de saque do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) para os moradores afetados pelos alagamentos.
A maior parte dos desalojados conseguiu ir para a casa de parentes, mas cerca de 100 pessoas precisaram ir para um abrigo improvisado no parque municipal de eventos da cidade, na semana passada. Nesta segunda, cinco famílias permanecem no local aguardando liberação da Defesa Civil para retornar às moradias.
Guaramirim – Guaramirim decretou situação de calamidade pública. O município teve 15 mil desalojados com as cheias – mais da metade dos moradores. Mais de 300 pessoas, que não conseguiram ir para a casa de parentes, foram para os abrigos montados em seis escolas da cidade. Agora, apenas duas famílias permanecem desabrigadas.
O prefeito Lauro Fröhlich estima que R$22 milhões sejam necessários para obras em pontes, tubulações, consertos de estradas e contenção de encostas. Além disso, são necessários reparos em dois centros de educação infantil e no posto de saúde do bairro Avaí.
Segundo o prefeito, deve ser concluído nesta segunda-feira o mapeamento de todos os estragos provocados pela forte chuva para então poder solicitar recursos aos governos estadual e federal. (Fonte: G1)