Pesquisadores da Universidade de Oxford anunciaram ter conseguido grandes avanços no uso de óculos inteligentes para ajudar deficientes visuais a enxergar.
Os óculos melhoram as imagens de pessoas e objetos que estejam próximos das lentes, o que dá ao usuário uma ideia mais clara do que o cerca.
O aparelho permitiu, por exemplo, que os deficientes visuais vissem seus cães-guias pela primeira vez.
Os óculos ainda são grandes e conectados a um laptop dentro de uma mochila. Mas os pesquisadores acreditam que poderão diminuir o tamanho até conseguir óculos de tamanho normal.
Até o final de 2014, os pesquisadores vão produzir um lote inicial de cem aparelhos, que serão oferecidos a pessoas cegas ou parcialmente cegas. Se este período de testes for bem-sucedido, os cientistas vão produzir mais equipamentos nos próximos anos.
E, no futuro, eles esperam até diminuir o preço do aparelho para os britânicos, fazendo com que o kit todo custe o equivalente a um telefone celular.
Câmera 3D – Uma das pessoas que testou o dispositivo foi a britânica Lyn Oliver, que tem uma doença progressiva que faz com que ela tenha uma visão muito limitada.
Agora com 70 anos, ela foi diagnosticada com retinite pigmentosa aos 20 anos. Ela pode ver movimentos, mas descreve a própria visão como “manchada”.
O cão-guia Jess ajuda Lyn a se movimentar, evitando a maior parte dos obstáculos e ameaças, mas eles geralmente não conseguem transmitir muitas informações sobre o ambiente onde estão.
Mas agora Lyn começou a usar os óculos inteligentes, um aparelho que tem uma câmera 3D especialmente adaptada para ajudar a melhorar a visão.
As imagens captadas pelos óculos são processadas em um computador e projetadas em tempo real nas lentes. Com isso, as pessoas e objetos próximos ganham mais brilho e definição.
Independência – Lyn Oliver tentou usar alguns dos protótipos mais antigos, mas o modelo mais recente marca um momento importante no projeto dos cientistas britânicos, pois oferece uma clareza e detalhe que nunca tinham sido vistos antes.
Stephen Hicks, que liderou o projeto na Universidade de Oxford, afirmou que agora eles estão prontos para sair da fase de pesquisa e levar o dispositivo para ser usado pelos deficientes.
“Se você você andar por aí, vai poder navegar através de portas e ver os perigos no chão nos quais você pode tropeçar. Então você poderá ser mais independente e andar com mais tranquilidade”, disse.
O cientista disse que houve uma boa resposta dos que já usaram o aparelho.
“As pessoas adoraram. Eles destacaram o quanto conseguem ver agora. Podem ver os detalhes nos rostos, podem ver as próprias mãos. E comentaram como conseguiram ver o cão-guia pela primeira vez”, afirmou.
Teste – A reportagem da BBC levou Lyn Oliver para testar os óculos em um mercado de Oxford, um espaço fechado e movimentado com muitos obstáculos em potencial.
“Posso ver você! Estou parada aqui, conversando e nem pensando. Estou olhando!”, disse a britânica.
Segundo Lyn os óculos podem ajudar os deficientes visuais de várias maneiras.
“Desta forma posso encontrar meu caminho para uma porta, em volta das mesas e para fora. Encontrar as escadas e subir”, afirmou. (Fonte: Terra)