Vacinas e transfusões de sangue são possíveis soluções ao ebola

Especialistas reunidos em Genebra para determinar quais tratamentos experimentais poderiam ser usados para lutar contra o ebola identificaram duas vacinas “promissoras” que poderiam prevenir o contágio do vírus, e destacaram as transfusões de sangue e plasma convalescente de infectados que sobreviveram ao vírus como alternativas plausíveis.

Em entrevista coletiva, a diretora geral adjunta da Organização Mundial da Saúde (OMS), Marie-Paule Kieny, disse que está sendo feito todo o possível para acabar com a doença da forma mais rápida e segura quanto for possível. Por isso que, por enquanto, é descartado ou não recomendado o uso de diferentes tratamentos experimentais, como o muito falado Zmapp – administrado a vários estrangeiros e a funcionários de hospitais -, mas dos quais não se têm suficientes dados.

Sobre as vacinas, as duas selecionadas são VSV-EBO, do canadense NewLink Genetic, e Chade-EBO, da britânica GlaxoSmithKline. Ambas estão sendo desenvolvidas nos Estados Unidos e começarão a ser produzidas também na Europa e na África em meados de setembro.

A expectativa é que durante os dois próximos meses sejam realizados testes de segurança para que ambas as vacinas possam estar disponíveis já em novembro. A OMS está bastante segura de que em dois meses possa realizar os controles de segurança porque os efeitos adversos a uma vacina aparecem com rapidez.

Os primeiros a obter as vacinas seriam as equipes médicas dos países mais afetados (Guiné, Libéria e Serra Leoa). Posteriormente, ela seria administrada nos familiares de doentes e nas pessoas responsáveis por enterrar os mortos por ebola. Conforme o resultado e a disponibilidade, as doses seriam oferecidas à população em geral, embora se espere que ambas as empresas acelerem a produção.

A dúvida é se elas serão ou não efetivas, explicaram à Agência Efe fontes da organização. A questão é que é possível detectar se uma pessoa criou anticorpos, mas não é possível saber a efetividade, a menos o vacinado seja infectado com o vírus e não adoeça.

Por outro lado, foi destacada a transfusão de sangue ou de plasma convalescente proveniente de pessoas que se infectaram, adoeceram, mas se recuperaram como uma solução que pode ser efetiva. A alternativa aparece, sobretudo, como relativamente fácil para os países afetados, que têm sistema de saúde muito precários.

Para isso, é preciso detectar os doentes recuperados, obter o consentimento, fazer os teste para determinar que o sangue não esteja contaminado com outra doença e que o grupo sanguíneo é compatível com o do paciente doente. A ideia é que os anticorpos do paciente recuperado se inoculem no doente e estes anticorpos bloqueiem o desenvolvimento do vírus para dar tempo ao corpo do convalescente a criar seu próprio sistema imunológico contra o ebola.

O plasma convalescente seria uma melhor opção porque a quantidade necessária é menor. O problema é que é preciso uma máquina e pessoal especializado para realizar o processo. As mesmas fontes assinalaram que há países dispostos a enviar equipes técnicas e máquinas de extração de plasma aos países afetados, embora não tenham citou quais.

Na reunião também foi decidido que a OMS e a comunidade internacional estarão muito atentas a que os países afetados tenham a capacidade de evitar que um tratamento seja testado sem garantias de segurança.

Segundo os últimos dados apresentados pela OMS, o vírus do ebola infectou 3.685 pessoas, das quais 1.841 morreram. (Fonte: Info Online)