Estimativas apresentadas na segunda-feira (22) pela Comissão Econômica para a América Latina e Caribe (Cepal) estimaram que as mudanças climáticas devem custar entre 1,5% e 5% do Produto Interno Bruto (PIB) dos países latino-americanos, caso a previsão de aumento da temperatura global, prevista em 2,5 graus Celsius (ºC), seja concretizada. Nesta terça-feira (23) será feita a Conferência Mundial sobre o Clima na sede das Organização das Nações Unidas (ONU).
“Há dez anos a Cepal estuda os custos econômicos e sociais das mudanças climáticas nos países da América Latina e Caribe e formula recomendações para as políticas públicas”, disse hoje, em Nova York, a secretária executiva da Cepal, Alicia Bárcena.
Na segunda-feira, durante a apresentação do relatório sobre indígenas na América Latina, Alicia conversou com jornalistas sobre como o tema do clima deverá ser abordado na conferência de amanhã. Ela falou que é importante debater o tema e pensar em ações para curto, médio e longo prazo, ainda que os estudos agora não são precisos.
“Os cálculos ainda são preliminares e têm um alto nível de incerteza, porque não incorporam todos os efeitos potenciais e nem os possíveis resultados das ações de adaptação”, agregou.
A Cepal informou ainda que a América Latina e o Caribe, embora tenham uma contribuição menor nas mudanças climáticas que países desenvolvidos, a região é particularmente suscetível aos seus efeitos.
O maior impacto latino-americano vem da emissão de gases na atmosfera (efeito estufa). A região é responsável por 9% do total global deste tipo de emissão, com uma taxa de crescimento anual de 0,6% entre 1990 e 2011. “A característica principal é que as emissões provêm da mudança do uso do solo, do desmatamento e da agricultura”, disse a secretária executiva da Cepal.
Nesta terça na Conferência do Clima, chefes de estado e de governo dos países membros da ONU irão debater o tema. A presidenta Dilma Roussef estará presente no evento.