O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, alertou nesta quinta-feira (25) que ainda existe “um vácuo significativo entre onde estamos e onde precisamos estar” na reação internacional ao surto de ebola no oeste da África, e apelou para que mais países ajudem.
A epidemia, que começou em uma área remota da Guiné em março, tomou conta de boa parte das vizinhas Libéria e Serra Leoa, matando quase 3 mil pessoas em pouco mais de seis meses. Senegal e Nigéria também registraram casos mas, por hora, têm controle da situação.
“Deter o ebola é uma prioridade para os Estados Unidos”, declarou Obama em uma reunião sobre a doença nos bastidores da Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas (ONU) em Nova York. “Mais nações precisam contribuir com bens e habilidades, seja transporte aéreo, retirada de pessoal, assistentes de saúde, equipamento ou tratamento”.
“Se agirmos rápido, ainda que de forma imperfeita, isso pode ser a diferença entre 10 mil, 20 mil, 30 mil mortes e centenas de milhares ou até um milhão de mortes”, afirmou.
Mais cedo nesta semana, a Organização Mundial da Saúde (OMS) disse que o total de infecções pode chegar a 20 mil até novembro, meses antes que o previsto anteriormente. O Centro para Prevenção e Controle de Doenças dos EUA (CDC, na sigla em inglês) afirmou que entre 550 mil e 1,4 milhão de pessoas podem ser infectadas na região até janeiro se nada for feito.
O Banco Mundial anunciou na reunião na ONU que dará 170 milhões de dólares adicionais para reforçar a mão de obra e os sistemas de saúde em Guiné, Libéria e Serra Leoa. A entidade já havia aprovado 230 milhões de dólares para estes países.
A presidente da Libéria, Ellen Johnson Sirleaf, disse na reunião, por videoconferência, que seu país pode estar enfrentando seu maior desafio, enquanto o mundo levou algum tempo para poder responder adequadamente: “estamos reagindo”.
O presidente de Serra Leoa, Ernest Bai Koroma, também apelou por mais ajuda internacional.
“Serra Leoa e suas repúblicas irmãs podem estar na linha de frente desta luta, mas precisamos de um grande apoio por ar e terra do mundo para derrotar uma doença pior que o terrorismo”, disse ele também por videoconferência.
Doação do Banco Mundial – Nesta quinta-feira, o Banco Mundial deu um novo impulso à luta contra o ebola, ao aumentar de 230 a 400 milhões de dólares sua ajuda à campanha contra o vírus que deixou quase 3.000 mortos na África Ocidental.
O Banco Mundial (BM) já havia mobilizado 230 milhões de dólares, aos quais agora se somam 170 milhões para ajudar a combater a febre hemorrágica que se propagou rapidamente na Libéria, Guiné e Serra Leoa.
A instituição disse que o aporte será dirigido ao incremento do número de trabalhadores de saúde no local e para o material necessário ao tratamento dos pacientes nos países mais atingidos.
O anúncio aconteceu enquanto o presidente do BM, Jim Yong Kim, participa de uma sessão especial sobre a crise do ebola na sede da ONU em Nova York. (Fonte: G1)