Governo cria grupo para definir ajuda a países da África atingidos pelo ebola

O governo federal anunciou nesta terça-feira (7) a criação de um grupo interministerial para definir medidas de ajuda humanitária destinadas a países da África atingidos pelo ebola. Os recursos seriam adicionais às remessas de remédios e insumos enviadas para Guiné Serra Leoa e Libéria entre junho e agosto.

A decisão foi tomada durante reunião entre os ministros Luiz Alberto Figueiredo (Relações Exteriores), Arthur Chiro (Saúde), Celso Amorim (Defesa), além de representante da Secretaria-Geral da Presidência, que substituiu o ministro em exercício, Diogo de Sant’ana.

O Brasil deve enviar alimentos, equipamentos e recursos financeiros. Mas, de acordo com o porta-voz do Itamaraty, Antônio Tabajara, não estão definidos quais governos da África Ocidental que vão receber a ajuda adicional, nem qual o montante destinado ou quais pastas vão bancar os investimentos.

Tabajara disse ainda que o encontro foi uma determinação da presidência, após recomendação da Organização das Nações Unidas para auxiliar a região atingida pela epidemia. Ao longo desta semana, cada ministério vai definir quanto poderá oferecer de recursos.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS) foram registrados 3.439 mortes e 7.492 casos de contaminação por ebola até 3 de outubro. A maioria dos óbitos e doentes está concentrada na Libéria, seguido de Serra Leoa e Guiné.

O levantamento da agência da ONU contabiliza ainda o primeiro caso confirmado da doença nos Estados Unidos, mas não inclui o primeiro paciente com na Espanha, confirmado esta semana e que deixou alerta os países da Europa.

Brasil sem nenhum caso – De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil ainda não registrou nenhum caso de importação de ebola ou contaminação autóctone (quando acontece dentro do país).

Uma investigação científica divulgada esta semana pelo periódico “PLoS Currents Outbreaks” sugere que o país tem 5% de chance de importar um caso de ebola até o fim deste mês. Os cientistas chegaram a este percentual baseado em um método que analisa o tráfego aéreo global e o ritmo de propagação do ebola pelo mundo.

Desta forma, os pesquisadores criaram uma lista que engloba as 30 nações com maior chance de registrar casos, na qual o Brasil está em último lugar.

A análise foi feita pelo Laboratório para Modelagem de Sistemas Biológicos e Sócio-técnico (MoBS Lab), da Universidade Northeastern, dos Estados Unidos e contou com a participação do brasileiro Marcelo Gomes.

O Ministério da Saúde disponibilizou canais de contato para notificação imediata por parte dos profissionais de saúde de casos suspeitos pelo número de telefone: 0800 644 6645 ou pelo email: notifica@saude.gov.br. (Fonte: G1)