A companhia aérea alemã Lufthansa vai repassar aos clientes cerca 130 milhões de euros (R$ 314,3 milhões) referente aos custos de permissão para emitir carbono, cumprindo as regras do novo regime do comércio de emissões da União Europeia.
A maior empresa do setor na Europa disse nesta segunda-feira (2) que vai adicionar o custo do programa à sobretaxa de combustível, se tornando a primeira companhia a dar detalhes de como planeja lidar com esta responsabilidade ambiental.
“Em face da intensiva competição, especialmente de companhias de países não europeus, cuja produção está sujeita a comércio de emissões somente a uma pequena escala, a Lufthansa terá que passar a carga via preços de passagem, como sugerido pela União Europeia”, disse em comunicado.
No entanto, no curto prazo, a aérea não aumentará as existentes sobretaxas, que já sofreream aumento no mês passado – de cerca de 102 euros para 122 euros por trecho para voos intercontinentais e para 31 euros para voos domésticos e europeus – apesar de ter dito na época que a inflação dos valores ocorreu somente para cobrir maiores custos de combustível.
Mercado de carbono – A partir deste ano, todas as companhias aéreas que chegarem ou saírem da União Europeia terão que acertar as contas pelas emissões de CO2, como parte de uma expansão do maior mercado de carbono do mundo.
As empresas e suas associações hesitaram ao regime e até o desafiaram na Justiça, dizendo que o imposto ambiental tributaria uma indústria que já está sobrecarregada com crescentes preços de combustível, feroz competição e taxas nacionais.
A Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata) estima que o custo anual geral para a indústria, resultado do novo regime de emissões, aumente para 2,8 bilhões de euros até 2020, cerca de 900 milhões de euros apenas neste ano.
Polêmica – A mais alta Corte de Justiça da Europa apoiou o novo regime ambiental no mês passado, significando que todas as companhias terão que pagar pelas permissões de emissão, causando irritação de países como Estados Unidos e China.
A Lufthansa, que disse no passado que a competição era muito árdua para as companhias aéreas repassarem os custos aos clientes, e que precisaria comprar 35% das permissões necessárias para 2012. (Fonte: G1)