Preços de alimentos sobem 24% em países atingidos pelo ebola, diz ONU

Os preços de alimentos subiram em média 24% nos três países mais atingidos pelo surto de ebola, forçando algumas famílias a realizar apenas uma refeição por dia, disse uma porta-voz do Programa Mundial de Alimentos (PMA), das Nações Unidas, nesta sexta-feira (17).

As regiões produtoras de alimentos da Guiné, Serra Leoa e Libéria na África Ocidental foram duramente atingidas pelo pior surto de ebola na história, que já matou quase 4.500 pessoas.

As taxas de infecção nas zonas produtoras da Serra Leoa, Libéria e Guiné estão entre as mais altas da região. Centenas de fazendeiros já morreram.

As decisões dos três governos de colocar distritos em quarentena e restringir movimentos para conter a disseminação do vírus também prejudicaram mercados e levaram à escassez de alimentos e a compras influenciadas pelo pânico, elevando ainda mais os preços, disseram o PMA e a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO).

“Os preços subiram em média 24 por cento”, disse a porta-voz do PMA Elisabeth Byrs, acrescentando que uma avaliação dos principais mercados mostrou que os preços de commodities básicas estão subindo na Guiné, Libéria e Serra Leoa, além do vizinho Senegal.

Na capital liberiana, Monróvia, os preços de mandioca e arroz importado aumentaram 30%.

“O plantio e a colheita estão sendo interrompidos com implicações para o suprimento de comida no futuro. Há um alto risco que os preços vão continuar a aumentar durante a próxima temporada de colheita”, disse Byrs à Reuters.

Byrs disse que a PMA está realizando uma pesquisa de segurança alimentar remotamente, usando telefones móveis, para investigar o impacto da crise em 2.400 famílias pelos três países.

A primeira rodada da pesquisa com 800 pessoas no leste da Serra Leoa mostrou que a segurança alimentar das pessoas piorou, apesar de estarem nas principais áreas produtoras.

“A pesquisa mostrou que certas famílias cortaram para apenas uma refeição por dia e que outras pessoas estão comendo alimentos que custam menos, como mandioca em vez de arroz”, disse ela. (Fonte: G1)