A embaixadora dos Estados Unidos na ONU inicia neste domingo (26) um giro pelos países africanos mais afetados pela epidemia de ebola para manter o foco na luta contra a doença.
Samantha Power visitará a Guiné, Serra Leoa, Libéria e Gana, para expressar “o apoio dos Estados Unidos a esses países e a seus esforços para lutar contra a doença, além de chamar a atenção para a necessidade de um maior apoio internacional”, explicou a missão americana ante a ONU em um comunicado.
Em seguida, Power seguirá para Bruxelas, onde deverá se reunir com os líderes europeus e buscar soluções conjuntas na luta contra o vírus, num momento em que mais de 10.000 casos foram diagnosticados e o número de mortos se aproxima dos 5.000, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).
Nos Estados Unidos, onde os estados de Nova York e Nova Jersey decretaram na sexta-feira quarentena obrigatória para os viajantes que tiveram contato com doentes de Ebola na África, a primeira pessoa afetada pela nova medida denunciou a obrigatoriedade do isolamento quando, como em seu caso, não apresenta nenhum sintoma.
“Eu não desejo isso a ninguém e temo pelas pessoas que vão estar na minha situação no futuro”, disse a enfermeira Kaci Hickox, em seu retorno de Serra Leoa, ao jornal The Dallas Morning News.
Controles reforçados no Mali – No Mali, onde a primeira infectada morreu na sexta-feira após retornar da Guiné, mais de 50 pessoas também foram isoladas, enquanto o governo lançou medidas de controle nos aeroportos.
“O caso foi rapidamente delimitado e esperamos sair ilesos deste desafio”, declarou, em tom tranquilizador, o presidente Ibrahim Boubacar Keita, que acrescentou estar fora de questão “o fechamento da fronteira com a Guiné.”
Por sua vez, a Mauritânia anunciou um reforço dos controles nas fronteiras com o Mali após o primeiro caso em Kayes, o centro comercial entre os dois países, o que de fato resultou em um fechamento da fronteira.
O ministério da Saúde do Mali negou as informações da Organização Mundial de Saúde, segundo as quais a criança falecida de Ebola teria apresentado sintomas do vírus antes mesmo de deixar a Guiné, a razão pela qual teria havido risco de infecção durante toda a viagem de volta para o Mali.
“Nós sabemos que quando a menina passou a noite em Bamako não era contagiosa. A doença foi declarada quando ela estava em Kayes”, garantiu à AFP um porta-voz do Ministério.
A OMS havia anunciado em um relatório na sexta-feia que considerava a situação no Mali como um estado de emergência, mas elogiou a rapidez das autoridades para controlar o caso.
Na Costa do Marfim, na fronteira com dois dos três países mais afetados, Guiné e Serra Leoa, as autoridades buscam um cuidador guineense suspeito de estar contaminado que teria entrado no país de forma clandestina.
Neste contexto, a OMS estuda testar vacinas contra o Ebola a partir de dezembro nos três países da África Ocidental mais afetados pela epidemia.
Se esta operação for bem sucedida, centenas de milhares de doses poderiam estar prontas no primeiro semestre de 2015, de acordo com a organização. (Fonte: G1)