Abertura de centro tecnológico da GE no Rio confirma nova vocação da cidade

A inauguração de um centro de pesquisa e desenvolvimento da General Electric (GE), o primeiro da multinacional na América Latina, confirma o status do Parque Tecnológico da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) de um dos maiores pólos do tipo no mundo.

“A GE é uma das maiores multinacionais do mundo e terá no Rio de Janeiro uma equipe de 160 pesquisadores dedicados a desenvolver inovações em áreas como petróleo e gás, energia, aviação e turbinas”, disse à agência Efe o diretor do Parque Tecnológico da UFRJ, Maurício Guedes.

Até agora a GE só tinha unidades de pesquisa em Estados Unidos, Alemanha, China e Índia.

A unidade brasileira será inaugurada dia 13 de novembro em cerimônia que contará com a presença do presidente mundial da empresa. Além de ser o maior parque tecnológico da América Latina, o pólo do Rio de Janeiro é o maior do mundo na área de petróleo e gás.

A unidade da GE é a joia da coroa deste pólo tecnológico de 350 mil metros quadrados, construído no campus da UFRJ e inaugurado em 2003 para estimular a interação entre estudantes e empresas inovadoras.

Próximo dali fica o Centro de Pesquisas (Cenpes) da Petrobras, líder mundial em tecnologias para exploração de petróleo em águas profundas, que ajudou a atrair multinacionais interessadas em se associar à brasileira e a concentrar no Rio várias das unidades de pesquisa e desenvolvimento mais importantes da América Latina.

Com um investimento de perto de R$ 1 bilhão, o Parque Tecnológico já conta com 52 instituições e empresas, incluindo os centros de pesquisa de 12 grandes multinacionais, 26 companhias de inovação e sete grandes laboratórios técnicos.

Trabalham ali 1.947 pesquisadores, 124 com deles com PhD em áreas tecnológicas e 213 com doutorado ou mestrado, e a previsão é que o número de especialistas chegue a três mil em 2017.

“Nosso parque é o único que concentra os centros de pesquisa das três maiores empresas de serviços da área de petróleo no mundo (Halliburton, Schulember e Baker Hughes), e o único no mundo que contará com um centro tecnológico da BG Group (British Gas) fora do Reino Unido”, detalhou Guedes.

A BG Group planeja investir cerca de US$ 2 bilhões pesquisa no Brasil até 2025, já que a lei determina que destine ao desenvolvimento de tecnologias cerca de 1% de seu faturamento no país.

O diretor do parque também destacou a presença de dois importantes fabricantes de canos para o setor de petróleo (Tenaris e Vallourec), de um dos maiores fabricantes de equipamentos submarinos para a área (FMC) e de multinacionais como GE e Siemens.

Mas o pólo também contará com centros de pesquisa de grandes empresas de outras áreas, como a fabricante mundial de cosméticos L’Oréal, a de bebidas AmBev, cujas unidades já estão em construção, e da gigante em tecnologia de informação EMC, que já patenteou inovações desenvolvidas em Rio.

Das empresas já instaladas, 60% têm associação com a Petrobras para o desenvolvimento de novas tecnologias e quase todas têm acordos de cooperação com a UFRJ que somam R$ 56 milhões para o trabalho em inovações.

De acordo com Guedes, o Parque Tecnológico se tornou tão atraente por sua localização no campus da terceira maior universidade brasileira e pela proximidade ao centro de pesquisas da Petrobras.

A GE, por exemplo, pretende aproveitar seu centro de pesquisas no Rio para atender as necessidades de seus grandes clientes no Brasil, como a própria Petrobras e a fabricante de aviões Embraer.

O parque também contará com uma Torre de Inovação com capacidade para cem pequenas e médias empresas inovadoras que podem servir de apoio às multinacionais.

No pólo já operam uma incubadora de empresas tecnológicas e sete grandes laboratórios da UFRJ, entre eles o de Tecnologia Oceânica, cujo tanque para simulações está entre os maiores do mundo. (Fonte: UOL)