O primeiro satélite de pequeno porte integralmente desenvolvido no Brasil foi colocado em órbita nesta quinta-feira (5) a partir da Estação Espacial Internacional. O modelo foi produzido em uma parceria entre o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA), ambos em São José dos Campos (SP).
O modem do equipamento batizado de ‘cubesat Aesp-14’ vai transmitir dados na frequência de rádio amador. Para efeito prático, o objetivo da produção do satélite foi capacitar mão de obra para a fabricação destes equipamentos no país e ter um modelo embrião para outras plataformas. A Agência Espacial Brasileira (AEB) investiu R$ 250 mil no desenvolvimento do satélite.
O idealizador do projeto e pesquisador do Inpe, Geilson Loureiro, explicou que todas as fases até a construção do satélite foram propostas como disciplinas dentro do curso de graduação de engenharia aeroespacial do ITA, uma das mais conceituadas escolas de engenharia do país.
“No início de 2012 os alunos receberam a missão e, a partir daí passaram pelo desenvolvimento do sistema, projeto, documentação, até a montagem do equipamento, além de testes finais que foram realizados em dezembro de 2014”, afirmou. O trabalho contou com a participação de oito alunos dos cursos de graduação e pós graduação.
Com as dimensões de um cubo, o satélite tem 10 centímetros nas laterais e pesa cerca de 700 gramas. A vida útil do equipamento é de cerca de três meses, período em que a comunidade radioamadora vai receber aleatoriamente a sequência de 100 arquivos armazenados digitalmente.
Sinal – Qualquer estação poderá receber o sinal, desde que opere na mesma frequência de recepção – o experimento vai ser testado por integrantes do Clube de Radioamadores de Americana (SP). As imagens que serão enviadas são relacionadas às áreas de ciência, tecnologia, engenharia e matemática. O cubesat vai operar na frequência de 437.600 MHz e transmitirá informações com uma taxa de 9600 bps padrão G3RUH na modulação GFSK.
O lançamento do satélite ao espaço aconteceu a partir de uma base espacial no Japão no começo de janeiro, mas o equipamento ficou na estação espacial até ter autorização para ser lançado em órbita. “Do solo enviamos para estação espacial no começo de janeiro, mas só conseguimos lança-lo hoje em órbita porque estávamos dependendo de um registro especial de telecomunicações, que autoriza a emissão de radiofrequência”, explicou Lídia Hissae Shibuya Sato, pesquisadora e colaboradora do projeto. (Fonte: G1)