O poder judiciário peruano declarou procedente, nesta quinta-feira (26), o pedido de extradição do argentino Mauro Nicolás Fernández, ativista da ONG Greenpeace, como autor do atentado contra os geoglifos milenares de Nasca, no sul do país, em 8 de dezembro de 2014, informou a instituição.
“Declara-se procedente a solicitação de extradição ativa, formulada pelo Primeiro Juizado Preparatório de Nasca, da Corte Superior de Justiça de Ica, dirigida às autoridades judiciais da Argentina, em relação ao cidadão argentino Mauro Nicolás Fernández, no processo ao qual responde como autor do delito contra o patrimônio cultural, na modalidade de atentado contra monumentos arqueológicos”, segundo o documento da Suprema Corte de Justiça.
O pedido de extradição de Fernández, que está na Argentina, será enviado ao ministério da Justiça com o conhecimento da procuradoria da Nação, para que a solicitação seja encaminhada às autoridades judiciais argentinas.
Até o momento só havia uma ordem judicial de prisão preventiva contra o ativista argentino do Greenpeace.
Em declarações a uma emissora de TV de Lima, em janeiro, Fernández responsabilizou o arqueólogo austríaco e ativista do Greenpeace na Alemanha, Wolfgang Sadik, de ser o responsável pelas ações em Nasca.
O caso se relaciona com um dos maiores atentados contra o patrimônio cultural peruano: a entrada ilegal de 12 ativistas da ONG ambientalista em uma área de 40 metros quadrados, onde está o geoglifo do beija-flor, na qual foram colocados 45 pedaços de tecido amarelos, formando a mensagem: “Time for Change! The future is renewable, Greenpeace” (Tempo de mudança! O futuro é renovável).
Os fatos ocorreram durante a Conferência da ONU sobre o clima, celebrada em Lima, em dezembro passado.
As linhas de Nasca são geoglifos com mais de 2.000 anos de antiguidade, com figuras geométricas e de animais, que só podem ser contempladas do alto. Seu significado real é um enigma. Alguns cientistas as consideram um observatório astronômico, outros, um calendário. (Fonte: G1)