Um gene resistente à requeima da batata, doença que causou a grande fome de 1840 na Irlanda, foi identificado a partir de uma planta selvagem sul-americana da mesma família – segundo estudo publicado no site da revista Nature Plants.
A requeima da batata, ou “Phytophthora infestans“, ainda é uma ameaça para as batatas, principal cultivo do mundo, além dos cereais.
Estirpes virulentas patogênicas da doença, que também ataca plantas de tomate, conseguiram escapar de todos os genes resistentes à doença identificados até hoje.
Vivianne Vleeshouwers, da universidade holandesa de Wageningen, e sua equipe, procuraram no material genético de plantas silvestres do gênero Solanum (família botânica que inclui a batata) genes que responderam a uma proteína secretada pela requeima da batata, a elicitina.
Após 10 anos de pesquisa, os pesquisadores finalmente encontraram o gene, chamado ELR, em uma planta selvagem sul-americana, a “Solanum microdontum”.
Esta planta contém receptores que constituem uma linha de defesa imunológica e agem como uma série de antenas de radar, cada uma regulada a partir das diferentes características de agentes patogênicos invasores.
Segundo os autores do estudo, a presença simultânea do ELR e da elicitina mata as células em torno da zona infectada, um poderoso mecanismo de defesa da planta que atrasa o progresso da doença.
Quando eles transferiram o gene ELR para a cepa de uma batata de cultura, o tubérculo se tornou mais resistente a várias cepas de requeima.
A descoberta fornece novas estratégias para reproduzir uma resistência ampla e duradoura em variedades de batata, melhorando a segurança alimentar ao mesmo tempo em que reduz o uso de fungicidas.
A requeima da batata entrou para a História após ter causado uma grande fome na década de 1840 na Irlanda, que matou um milhão de pessoas e levou dois milhões a deixar o país. (Fonte: UOL)