O peixe-leão, que já provoca enormes estragos no ecossistema do mar do Caribe, pode se tornar um problema também para o Brasil. Um estudo divulgado nesta quarta-feira (22) analisou um exemplar da espécie encontrado no litoral brasileiro em maio de 2014 e concluiu que ele tem ligação genética com os invasores que aterrorizam os recifes caribenhos.
O estudo, publicado na revista “PLOS ONE”, teve a participação de pesquisadores brasileiros ligados à Academia de Ciências da Califórnia.
De acordo com o brasileiro Luiz Rocha, um dos autores da pesquisa, os peixes-leão têm permanecido restritos ao Caribe nos últimos 20 anos, porém a presença de um exemplar no Brasil prova que eles são capazes de atingir regiões mais longínquas do Atlântico e que outros países devem estar atentos para seu aparecimento.
Nativos dos oceanos Índico e Pacífico, os peixes-leão ameaçam principalmente os ecossistemas de recifes quando estão fora de seu habitat natural. Sem seus predadores naturais, eles ficam livres para consumir de forma voraz várias espécies de peixes de recifes.
É isso o que vem acontecendo no Caribe e o que pode acontecer também no Brasil, segundo Rocha.
Uma das hipóteses para explicar como essa espécie veio parar no Caribe é a de que pessoas que os criavam em aquários, como peixes ornamentais, começaram a soltar exemplares no mar no início da década de 1990. Sem predadores e com uma capacidade muito grande de se reproduzir, a espécie se proliferou rapidamente.
Comer o peixe pode ser solução – No Caribe, uma tática para controlar a população do peixe-leão foi estimular seu consumo. Quando se aprende a prepará-lo corretamente, retirando as espinhas externas venenosas, a carne do peixe pode ser consumida de forma segura.
O exemplar que foi analisado geneticamente para a realização deste estudo foi encontrado por mergulhadores em Arraial do Cabo, no estado do Rio de Janeiro, em maio do ano passado. (Fonte: G1)