A Organização Mundial da Saúde publicou nesta semana um plano para lutar contra o ebola, com o objetivo especial de identificar as cadeias de transmissão do vírus para atingir um nível zero de contágio.
“Ainda há um esforço considerável a ser feito para quebrar todas as cadeias de transmissão nos países afetados e impedir a propagação da doença em países vizinhos e reativar de maneira eficaz os serviços básicos de saúde”, destaca o plano estratégico de 28 páginas da OMS.
Segundo os últimos dados da OMS, 26.300 pessoas foram infectadas na epidemia da febre hemorrágica, que já matou 10.900 pessoas, principalmente em três países: Guiné, Libéria e Serra Leoa.
O relatório enfatiza que o esforço “sem precedentes” lançado no verão passado reduziu significativamente a escala da epidemia, com apenas algumas dezenas de casos por semana desde o início do ano – contra até 800 por semana em outubro de 2014.
Libéria está ‘quase’ livre – A Libéria, o país mais afetado pelo vírus, não relatou nenhum caso novo desde o final de março e está se preparando para declarar o fim dos casos no final de maio.
Mas a OMS disse que a luta só vai acabar de vez quando o vírus for completamente derrotado: “um elevado nível de contágio persiste nas regiões ocidentais da Guiné e de Serra Leoa”, garante a organização.
“É essencial limitar a propagação do vírus nas áreas costeiras de ambos os países antes do início da estação das chuvas”, que começa dentro de poucas semanas, alertou a OMS.
A organização está particularmente preocupada com o aparecimento de novos casos de pessoas que, aparentemente, não tiveram contato com outros doentes ou que não podem ser ligados a uma cadeia de transmissão identificada.
“A prioridade é identificar e isolar todos os novos casos até o final de maio e confirmar que eles vieram de canais de transmissão conhecidos”, afirma o plano da OMS.
Vírus encontrado em sêmen – Há 15 dias, um estudo da agência das Nações Unidas para a saúde apontava ter encontrado vestígios do ebola no sêmen de um homem na Libéria que tinha se curado da doença há seis meses.
Até hoje, a presença mais longa do vírus no corpo de um paciente registrado pela organização era de “82 dias desde o início da infecção”, segundo um estudo de 1995 sobre um paciente da República Democrática do Congo (RDC).
“Precisamos entender melhor se este caso particular é uma anomalia ou se realmente um grupo de pessoas pode conservar vestígios de ebola por um prazo tão longo. Levará um tempo fazer estes estudos”, disse o porta-voz da OMS, Tarek Jasarevic.
Quanto ao caráter potencialmente infeccioso deste esperma, a organização preferiu não tirar conclusões e emitir apenas uma mensagem de prevenção. A recomendação até o momento é a de evitar relações sexuais até três meses depois da infecção e do surgimento dos primeiros sintomas do ebola. (Fonte: G1)