Dezenove municípios do Amazonas estão em situação de emergência por causa da cheia. Ao todo, 123 mil pessoas estão sofrendo as consequências das inundações.
Pouco mais de 1.000 quilômetros separam Manaus de Tabatinga, cidade amazonense na fronteira com a Colômbia. No município, a cheia do Rio Solimões afeta 9 mil pessoas. Bairros inteiros estão alagados. Ainda assim, muitos moradores preferem ficar. Gente como o aposentado Raimundo Malafaia, que levanta o assoalho de madeira, mas não abandona a casa. “Não saio de casa não, tem que ficar aqui mesmo, até a água baixar”, ele conta.
Na área rural de Tabatinga, não dá para saber onde acaba a água e começa a terra. Tudo virou rio. Faltam 16 centímetros para o Solimões atingir a marca histórica de 1999, quando chegou a 13,82 metros.
No município vizinho, Benjamin Constant, cada centímetro de subida do Solimões é um transtorno a mais para a população. Como a cheia do Rio Solimões atingiu principalmente a área do centro comercial da cidade, o prejuízo no comércio é calculado em pelo menos 50%, quer dizer, eles estão vendendo a metade daquilo que que deveriam vender, e não precisa nem explicar porque. A dificuldade de acesso afasta a clientela.
A equipe do Jornal Nacional entrou em uma loja onde eles fizeram o que é conhecido na região como maromba, eles subiram o piso para poder entrar. Dentro da loja alagada da dona Almerinda Magalhães, os produtos estão encalhados. “Não vende, não vende nada, nada. Não entra gente aqui”, relata a comerciante.
Onofra Bispo e os dois filhos foram para um abrigo, depois que a casa onde moram alagou. “Aqui está melhor do que ficar no alagado”, conta a dona de casa. Em Anamã, a 160 quilômetros de Manaus, quase toda a cidade está debaixo d’água. A defesa civil do estado distribuiu até agora 370 toneladas de cestas básicas para as famílias afetadas pela cheia no Amazonas. (Fonte: G1)