As cidades de Beruri, Maraã e Fonte Boa decretaram situação de emergência provocada pela cheia dos rios no Amazonas, segundo informou a Defesa Civil nesta quinta-feira (14). Agora, o número de municípios na mesma situação subiu de 20 para 23. As inundações afetam 30.804 famílias em todo o estado. O número representa 154.057 pessoas prejudicadas. O órgão comunicou que está realizando envio de ajuda humanitária às localidades mais prejudicadas.
Por telefone, Cícero da Silva (PMDB), prefeito de Maraã, a 632 quilômetros de Manaus, disse ao G1 que mais de 50% da cidade foi invadida pelas águas do Rio Japurá. Segundo ele, as áreas mais atingidas estão localizadas na Zona Rural.
“Eu arrisco dizer que até 40% da produção foram perdidos nesses lugares. Estamos reduzindo os impactos com ações paliativas. Ainda na manhã de hoje [quinta-feira], mandei comprar madeira tipo azimbre para enviar a famílias atingidas. Esperamos que a situação de emergência possibilite a chegada de recursos, pois não está fácil o nosso dia a dia”, disse o prefeito.
Além de Maraã, Beruri e Fonte Boa, outras 20 cidades estão em situação de emergência. Na calha do Rio Juruá os municípios em emergência são: Itamarati, Guajará, Ipixuna, Envira e Juruá, na calha do Rio Purus estão: Canutama, Tapauá, Carauari, Pauini e Lábrea. Atalaia do Norte, Benjamin Constant, Tabatinga, Amaturá, Santo Antônio do Içá, São Paulo de Olivença e Tonantins, situados no Alto Solimões, também estão em situação de emergência por causa do avanço das águas. Coari também está na mesma situação.
Manacapuru e Itacoatiara passaram a integrar a lista de cidades em alerta para inundações e se juntaram a Humaitá, Uarini e Alvarães, segundo a Defesa Civil.
Em Manacapuru, 1,6 mil pessoas estão desalojadas. Desse total, 300 receberam aluguel social. Nesta quinta, a cota do Rio Solimões na cidade está em 19,87m. No mesmo dia do ano passado, o nível estava em 19,42m.
Já em Itacoatiara, 6 km de pontes foram construídos na cidade. Madeiras foram distribuídas nesta quinta-feira e vão possibilitar a construção de 1km de ponte, segundo o secretário executivo de Defesa Civil na cidade, Bruno Braga.
A cheia dos rios no Amazonas teve início no fim de 2014. O município de Boca do Acre é o mais afetado, com 20.905 pessoas de 4.181 famílias atingidas. A cidade, que fica no Sul do estado e é banhado pelo Rio Purus, está em estado de calamidade pública desde o mês de março.
O órgão estadual informou ainda que representantes da cidade de Benjamim Constant, que já está em emergência, apresentaram pedido de estado de calamidade pública. O órgão informou que o pedido está em análise.
Auxílio – A Defesa Civil informou que enviou 426 toneladas de alimentos não perecíveis às cidades afetadas pela cheia no Amazonas. O objetivo é garantir alimentos aos ribeirinhos, que nesta época ficam com a produção agrícola comprometida. Além de alimentos, a população recebe kits de dormitório (colchões, redes, mosquiteiros) e de higiene pessoal, medicamentos, filtros de água, hipoclorito de sódio. Também houve o envio de 2 toneladas de medicamentos para sete localidades atingidas: Atalia do Norte, Tefé, Tabatinga, Benjamim Constant, São Paulo de Olivença, Santo Antônio do Içá e Maraã. (Fonte: G1)