A última parte intacta de uma das plataformas de gelo gigantescas da Antártica está se enfraquecendo muito rápido e, provavelmente, vai se desintegrar completamente nos próximos anos, contribuindo para a elevação do nível do mar, de acordo com um estudo da agência espacial americana (Nasa) divulgado nesta quinta-feira (14).
A pesquisa incidiu sobre um remanescente da chamada plataforma de gelo Larsen B, que existe há pelo menos 10.000 anos, mas ruiu parcialmente em 2002. O que resta abrange cerca de 1.600 quilômetros quadrados.
A Antártica tem dezenas de plataformas de gelo – placas maciças e flutuantes de gelo alimentadas por geleiras pairando sobre o mar na borda da linha costeira do continente.
A maior tem aproximadamente o tamanho da França. A Larsen B está localizada na Península Antártica, que se estende em direção ao extremo sul da América do Sul e é uma das duas principais áreas do continente onde os cientistas documentaram o encolhimento dessas formações de gelo.
“Esse estudo das geleiras da Península Antártica fornece indícios sobre a forma como as plataformas de gelo mais ao sul, que possuem muito mais terra gelada, vão reagir a um clima mais quente”, disse Eric Rignot, coautor da pesquisa e glaciologista do Laboratório de Propulsão a Jato da Nasa em Pasadena, Estado da Califórnia.
Quase 200 países concordaram em negociar um pacto da ONU no final de 2015 para combater as mudanças climáticas no mundo, que a maioria dos cientistas prevê que elevarão o nível dos mares e trarão mais enchentes, secas e ondas de calor.
O Painel Intergovernamental sobre Mudança Climáticas da ONU, o IPCC, citou uma probabilidade de pelo menos 95% de que a aceleração do aquecimento do planeta tenha sido desencadeada por atividades humanas.
O estudo sobre a plataforma de gelo, publicado online na revista “Earth and Planetary Science Letters”, se baseou em levantamentos aéreos e dados de radar. (Fonte: G1)