Manter os oceanos “em forma”, um dos desafios da conferência sobre o clima

O papel dos oceanos e sua “boa forma” devem ser mais considerados nas negociações do clima em dezembro, em Paris – é o que estima a Plataforma do Oceano e Clima da Unesco, que lançou um apelo nesse sentido na última semana.

“Nós estamos lançando um apelo na forma de uma petição em três línguas (francês, inglês e espanhol) que será entregue aos estados participantes das negociações sobre o clima”, explicou Romain Troublé, secretário-geral da Tara Expeditions, membro da plataforma criada há um ano pelo órgão das Nações Unidas, que reúne ONGs, institutos de pesquisa e atores do meio marítimo.

O apelo pede um acordo ambicioso em Paris, lembrando que “silenciosamente, o oceano sobre com as mudanças climáticas” que se traduzem pelo aumento das temperaturas, a alteração das correntes e a acidificação que impactam diretamente os ecossistemas marinhos.

Os impactos colocam em perigo o papel dos oceanos de grandes reguladores do clima, produtor de oxigênio e contribuinte para a segurança alimentar mundial, explicou durante coletiva de imprensa na Unesco a bióloga Sandra Bessudo, encarregada dos oceanos no governo colombiano.

“O oceano capta 90% do calor oriundo o efeito estufa e um quarto das emissões de CO2”, ressaltou a pesquisadora Françoise Gail, conselheira científica da plataforma.

Philippe Valette, oceanógrafo, insistiu na necessidade de “guardar um oceano na melhor saúde possível a fim de oferecer um futuro palpável”. “Nós esperamos decisões importantes neste sentido durante a COP21”, a conferência da ONU sobre o clima em Paris, prevista para o final deste ano.

Além de um acordo suficientemente ambicioso para limitar o aquecimento do planeta, os membros da plataforma querem que a capacidade de armazenagem de carbono pelos oceanos seja mantida por meio de um reforço das áreas de proteção marinhas. (Fonte: Terra)