Projetos para ‘precificar’ CO2 dobram em três anos, diz Banco Mundial

Os sistemas para precificação de carbono – impostos sobre emissões de CO2 ou mecanismos de mercado para negociar direitos de emissão – dobraram em número no planeta desde 2012.

O preço atribuído ao carbono na maioria desses mercados, porém, é baixo demais para ajudar a combater, afirma um novo relatório do Banco Mundial.

Esquemas para precificar as emissões existem em lugares tão diferentes quanto a Califórnia e a China, e têm jurisdição sobre cerca de 12% as emissões de gases de efeito estufa no planeta.

O número de instrumentos para precificação de carbono implementados ou planejados subiu de 20 para 38. A Coreia do Sul inaugurou um mercado de emissões em 2015, por exemplo, e Chile e África do Sul já programaram a implementação de taxas de carbono.

“Há um sentimento crescente de inevitabilidade… de que vai haver um preço sobre o carbono”, disse Rachel Kyte, vice-presidente do Banco Mundial e adida especial para o clima, em entrevista por telefone.

Os mercados de carbono funcionam em esquema de “cap-and-trade”, onde o número de emissões é limitado para um setor da economia, e as licenças para emissão podem ser vendidas de uma empresa para outra.

Carbono barato – A ideia de colocar um custo na emissão de carbono é incentivar a migração de investimentos dos combustíveis fósseis para fontes como solar ou eólica. O preço da tonelada de CO2 no mundo, porém, varia no planeta entre algo como menos de U$ 1 no México e US$ 130 na Suécia. Em mais de 85% dos casos o presso foi de menos de US$ 10.

O valor médio é “consideravelmente mais baixo” do que o necessário para incentivar a redução nas emissões de CO2 necessária para evitar que o clima se aqueça mais de 2°C no planeta além dos limites pré-industriais, limite considerado perigoso.

O Banco Mundial não tem sugestão de preço para a tonelada de CO2.

O valor combinado dos instrumentos de precificação de carbono foi estimado em US$ 50 bilhões por ano no mundo, dois quais US$ 34 bilhões foram negociados em mercados e outros U$ 16 bilhões captados em impostos.

No Brasil, o Ministério da Fazenda realiza estudos sobre o impacto de uma eventual precificação de carbono na economia, mas o governo ainda não tem programa anunciado para implementar nenhum mecanismo. (Fonte: G1)