O aquecimento global aumentou o número de tartarugas marinhas macho em detrimento das fêmeas, o que aumenta o perigo de extinção – alertou nesta terça-feira (22) um comunicado da Convenção para a Conservação das Espécies Migratórias.
“O aumento da temperatura na arena das zonas de reprodução das tartarugas marinhas mudam o sexo” destes animais, disse nesta terça-feira à AFP Francisco Rilla, oficial de capacitação da convenção (CMS, na sigla em inglês).
Segundo Rilla, quando uma tartaruga marinha deposita ovos na praia para a reprodução, é preciso haver um equilíbrio entre futuros machos e fêmeas.
No entanto, o aumento da temperatura da areia afeta o desenvolvimento de embriões e altera a predisposição natural para o equilíbrio biológico em favor dos machos em várias espécies de tartarugas do mundo.
“Ao ter mais homens, a chance de se encontrar (com uma fêmea) será cada vez mais difícil e vai afetar a reprodução. A espécie começa a ficar ameaçada”, disse Rilla, que participou de um workshop da convenção no Panamá.
Esta situação contribui para as ameaças enfrentadas pelas tartarugas marinhas, como a deterioração das praias, a construção de hotéis em áreas de nidificação, o ataque de diferentes animais e a remoção de seus ovos por seres humanos, de acordo com o especialista
A CMS reúne 121 países por onde passam estes animais migratórios e estabelece as bases legais para sua proteção.
Inclui os países da Europa ocidental, a maior parte dos africanos, a Austrália, a Índia e vários latino-americanos que fazem parte da Convenção.
Durante o workshop no Panamá, a CMS busca incorporar outros países latino-americanos, a poucas semanas da conferência do clima de Paris (COP 21), onde 195 nações buscarão acordos para frear o aquecimento global. (Fonte: UOL)