As medidas futuras de desenvolvimento do País aquecerão a economia e, ao mesmo tempo, permitirão o corte de emissões de gases de efeito estufa. Em audiência pública no Congresso Nacional, na quinta-feira (01/10), a ministra do Meio Ambiente, Izabella Teixeira, declarou que as metas brasileiras de redução de carbono foram construídas com base nas ações e políticas propostas diferentes setores do governo, desde a agricultura até o Ministério da Fazenda.
O objetivo é reduzir 37% das emissões até 2025 e 43%, até 2030 – ambos em comparação aos níveis de 2005. Os números foram divulgados no último domingo (27/09) pela presidenta Dilma Rousseff e fazem parte da Contribuição Nacionalmente Determinada (INDC, na sigla em inglês) do Brasil para o futuro acordo climático que será negociado e aprovado no fim do ano, em Paris. O objetivo é estabelecer um compromisso global capaz de limitar o aumento da temperatura média da terra a até 2°C.
Planejamento – A ministra destacou que a meta brasileira envolve um trabalho conjunto de diferentes ações e políticas públicas. “É uma proposta de redução absoluta em toda a economia”, declarou. “A INDC é baseada no planejamento oficial do governo.” Segundo ela, os números foram calculados a partir de modelos matemáticos construídos em parcerias com órgãos como o Instituto de Pesquisas Espaciais e Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).
Classificada como uma das mais ambiciosas, a meta brasileira de redução de emissões coloca o Brasil em posição de destaque frente à comunidade internacional. Segundo Izabella Teixeira, a redução verificada pelo País atualmente é igual ao que a União Europeia promete alcançar somente em 2030. “O nosso compromisso, agora, é ir além”, afirmou a ministra.
O Brasil pretende atingir as metas por meio de intervenções em setores como o de energia, com objetivo de assegurar 45% de fontes renováveis, incluindo as hidrelétricas. Enquanto isso, a média global é de apenas 13%. “O esforço será feito para manter a matriz renovável e a segurança energética mesmo com o crescimento de população e outras mudanças que vêm ocorrendo”, garantiu Izabella.
Saiba mais – Apesar de considerado natural, o efeito estufa tem aumentado nas últimas décadas e gerado as mudanças do clima. Essas alterações são fruto do aumento descontrolado das emissões de substâncias como o dióxido de carbono e o metano. A liberação desses gases na atmosfera ocorre por conta de diversas atividades humanas, entre elas o transporte, o desmatamento, a agricultura, a pecuária e a geração e o consumo de energia.
Com o objetivo conter os prejuízos, representantes de mais de 190 países reúnem-se, todos os anos, na Conferência das Partes (COP) da Convenção de Clima da ONU para elaborar propostas para frear o aquecimento global. Nesse âmbito, o Brasil assumiu voluntariamente metas de redução de emissões para serem atingidas até 2020, quando começará a valer o novo acordo que as Partes pretendem assinar no fim deste ano, na COP 21, em Paris.
Para esse novo acordo, os países signatários têm de apresentar suas INDCs, com metas próprias de redução de emissões e ações para aumentar a resiliência e reduzir os riscos associados aos efeitos negativos das mudanças do clima. Somadas, as INDCs de cada país devem ser capazes de limitar o aumento da temperatura média global a até 2°C. (Fonte: MMA)