A Amazônia brasileira receberá US$ 65 milhões para ações de conservação, corte de emissões de carbono e gestão sustentável da terra. O valor foi aprovado na quarta-feira (21), em Washington, pelo Conselho do Fundo Global para o Meio Ambiente (GEF, na sigla em inglês). Ao todo, US$ 115 milhões serão investidos pela entidade no Programa para a Amazônia, desenvolvido pela primeira vez entre Brasil, Colômbia e Peru.
O repasse beneficiará o Programa Áreas Protegidas da Amazônia (Arpa) e permitirá a consolidação da meta de captação de recursos para garantir mais de 100 unidades de conservação em território brasileiro por 25 anos. A aprovação do GEF também garantirá a integração dessas unidades de conservação, com ações de apoio ao reflorestamento e a atividades sustentáveis de uso dos recursos naturais.
Mudanças climáticas – Além dos resultados alcançados e das metas de redução de emissões apresentadas até agora, o país poderá apresentar o aporte como mais uma ação de mitigação das mudanças climáticas na 21ª Conferência das Partes (COP 21), marcada para ocorrer em dezembro, em Paris. Os recursos adicionais do GEF se somarão aos compromissos já firmados anteriormente pelo Brasil com países como Estados Unidos, Alemanha e Noruega.
Pela primeira vez, o programa terá abordagem integrada para proteger o bioma. Juntos, Brasil, Peru e Colômbia detêm 83% da Amazônia. “O GEF parabeniza os três países por terem feito o programa de forma coordenado, o que surte mais efeito do que se os três tivessem trabalhado de forma individual”, afirmou o presidente do GEF, Naoko Ishii. “Em questões globais como as mudanças climáticas e o desmatamento, vamos precisar cada vez mais de projetos integrados.”
O Brasil ocupa papel de destaque na agenda ambiental. “Nos últimos dez anos, o País reduziu em 82% o desmatamento na Amazônia, reconheceu 13% da região como terras indígenas e estabeleceu 27% como áreas protegidas”, ressaltou a secretária de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Ana Cristina Barros. “É um novo conceito que o Brasil traz para a inserção ativa e promotora das unidades de conservação para o desenvolvimento local.”
Programas – Na Colômbia, a expectativa é expandir o Parque Nacional Chiribiquete e consolidá-lo como parte de um programa maior de redução do desmatamento. “O país obteve sucesso ao aprovar uma legislação de compensação ambiental. Estamos ansiosos para compartilhá-la e aprender com os demais países do programa”, afirmou a diretora de ecossistemas do Ministério do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável colombiano, Maria Claudia García Davila.
O Peru conta, hoje, com uma Estratégia Nacional para Florestas e Mudanças Climáticas com foco na redução do desmatamento e das emissões de carbono. “As ameaças para a Floresta Amazônica têm relação com o mercado de exportações, a infra-estrutura de transporte e a desigualdade social. Só teremos sucesso na preservação da biodiversidade se houver uma forte cooperação entre os três países”, declarou o coordenador do Programa Nacional para Conservação de Florestas no Peru, Gustavo Suarez de Freitas. (Fonte: MMA)