O trabalho de combate à queimada na Chapada Diamantina, na Bahia, já dura quase 20 dias. O fogo agora está sob controle – mas ainda existem focos de incêndio.
O aeroporto de Lençóis virou centro de operações do combate ao fogo. A todo momento tem uma equipe partindo.
O que dificulta o combate é que muitas vezes os focos de incêndio surgem no topo das serras, em locais de difícil acesso, sem estradas, e onde só se chega depois de sete, oito horas de caminhada. Por isso, bombeiros e brigadistas são levados de helicóptero para ganhar tempo e tentar evitar que as chamas se alastrem ainda mais.
“Com toda a coragem e fé, vamos tentar combater esse fogo”, diz um homem.
Na parte mais alta do Morro Branco, como é chamada a serra na Chapada, ainda se consegue perceber um pouco de fumaça.
Uma área equivalente a 30 mil campos de futebol já foi queimada, segundo a Secretaria Estadual do Meio-Ambiente. Metade está no Parque Nacional da Chapada Diamantina, uma área de preservação. Os biólogos dizem que mesmo as espécies vegetais mais resistentes ao fogo vão demorar para crescer de novo.
“Em áreas mais adaptadas, isso pode acontecer em um ano, dois anos, já tem uma regeneração razoável. Já algumas outras áreas menos adaptadas, pode levar cinco, seis anos ou até mais pra se recuperar”, explica o biólogo Bruno Barros.
A polícia investiga se os incêndios são criminosos.
“Nós temos verificado pontos de incêndio em locais que não têm nada perto e não havia nenhum foco de incêndio próximo. São outros indícios importantes de que pode estar havendo ação humana e ação deliberada”, diz o secretário de Meio Ambiente da Bahia, Eugênio Spengler.
Ao lado do morro do Pai Inácio, um dos pontos mais visitados da Chapada, o fogo chegou perto de uma vila onde vivem cerca de 800 pessoas.
“Muito desesperador. Espero nunca mais ver uma cena dessa, que eu nunca vi isso em minha vida”, comenta uma moradora. (Fonte: G1)