Os moradores dos quatro municípios amazonenses que estão em situação de emergência por causa da estiagem receberão 200 toneladas de alimentos não-perecíveis e outros itens. São 5.478 as famílias afetadas pela falta de chuvas em Presidente Figueiredo, São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e em Barcelos. O governo do estado também anunciou na terça-feira (23) o repasse de R$ 300 mil para cada município. Os recursos devem ser aplicados principalmente na compra de combustível e no aluguel de embarcações e carros-pipa.
Segundo o secretário executivo da Defesa Civil do Amazonas, coronel Fernando Pires Júnior, por causa da logística, o primeiro município atendido será Presidente Figueiredo. “Estamos demandando cerca de 1.500 cestas básicas e 3 mil litros de água potável, além de caixas d’água, mangueiras e kits de medicamento e de higiene.”
Em seguida, vêm os municípios de São Gabriel da Cachoeira, Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos, cuja logística será feita principalmente por via aérea, devido à tipicidade do clima e da hidrologia. “Os rios estão com os níveis muito baixos, e as embarcações não têm condições de fazer o transporte do material necessário”, explicou o coronel.
A ajuda humanitária também inclui 15 mil kits dormitório, com redes, colchões e mosquiteiross e 10 mil frascos de hipoclorito de sódio para ajudar na purificação da água para consumo.
O município mais afetado pela estiagem fora de época é Presidente Figueiredo. De acordo com o prefeito Neilson Cavalcanti, cerca de 3 mil famílias enfrentam dificuldades de deslocamento por causa do baixo nível do Rio Negro, mas o que mais preocupa é o desabastecimento de água. “Começamos a ter problema com a água potável. Não é todo o município. São 12 comunidades, de 12 localidades que hoje precisam muito de apoio. Temos dois caminhões-pipa e estamos colocando o terceiro. Estamos levando água a todo instante para essas regiões para tentar amenizar as dificuldades”, informou o prefeito.
No município de Barcelos, último a entrar em situação de emergência, a principal dificuldade enfrentada por causa da seca é a navegação, diz o prefeito José Ribamar Beleza. “A dificuldadede se locomover com essa grande seca é muito grande porque os afluentes estão todos secos. O município não tem recursos para fazer as operações necessárias. Temos 55 comunidades e todas estão afetadas. Vamos levar essa ajuda humanitária de rabetas de motores pequenos para poder chegar lá”, explicou Beleza.
A estiagem no norte do Amazonas é considerada atípica. O fenômeno El Niño, que provoca flutuações no clima devido ao aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico, é responsável pela falta de chuvas na região. A previsão é que a situação comece a voltar à normalidade no fim de abril.
A Defesa Civil do Amazonas informou que está monitorando a calha do Rio Juruá, no sul do estado. Nesse caso, a situação é de alerta por causa da cheia do rio. Equipes da Defesa Civil estão na região fazendo um levantamento das comunidades que podem precisar de ajuda, caso o Juruá transborde. (Fonte: Agência Brasil)